De saída do PL, onde entrou quando a legenda ainda se chamava PR (Partido da República) em 2016, o vereador Lincoln Reis diz que deixará a legenda ‘de coração partido’.
Após passagem pelo extinto PRP, PDT e depois PR (a legenda mudou para PL em 2019, após aprovação pelo Supremo Tribunal Federal), o vereador decidiu que deixará o partido em razão do compromisso firmado com o grupo ligado ao prefeito Rogério Santos (Republicanos) e ao deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).
“Não posso sair do barco antes da hora. O barco me ajudou. Meus avós sempre me ensinaram que palavra dada é palavra cumprida”, salientou.
Barco, na realidade, é estar na base de apoio do hoje prefeito Rogério Santos, candidato à reeleição.
Como ocorrera em relação ao segundo mandato do deputado Paulo Alexandre Barbosa, quando Lincoln assumiu seu primeiro mandato.
Aliás, seu partido, o PL, que hoje integra a base do prefeito, irá para oposição, após o lançamento da candidatura da deputada Rosana Valle (ex-PSB, hoje PL).
No entanto, ela ainda não oficializou seu nome.
“Fui convidado pelo Odair (Odair Gonzalez, presidente da Prodesan, ex-presidente do PL de Santos e ex-coordenador regional da legenda) para entrar no partido. Com o novo cenário, conversei com o Valdemar da Costa Neto (presidente nacional do partido) sobre minha decisão”, disse, elogiando ambos.
Reis, que tentará obter o terceiro mandato (sua disputa inicial ocorreu em 2008 pelo extinto PRP, onde obteve 929 sufrágios), está no Legislativo desde 2016, sendo reeleito na eleição passada, quando o cenário político tinha um novo componente: a pandemia da Covid-19.
Jornal Enfoque
No programa Jornal Enfoque, a qual ele participou nesta segunda (18), o vereador falou da expectativa desta eleição, com a possibilidade da ocorrência do segundo turno.
“Toda eleição é difícil. Em 2020, a pandemia trouxe muitas dificuldades. E esta não vai fugir à regra”, crê.
Além disso, o vereador diz que pretende divulgar sua nova ‘casa partidária’ já na próxima semana.
“Não quero deixar para a última hora”.
Por sua vez, o prazo de mudança na janela partidária se encerra no dia 5 de abril.
O vereador falou sobre eleições, integração vans e VLT e outros assuntos durante o Jornal Enfoque, apresentado pelo jornalista Francisco La Scala. Foto: Carla Nascimento
Três vices
Indagado sobre qual nome deverá ser o vice do prefeito Rogério Santos, Reis informou que três postulantes podem ocupar a vaga.
Todos secretários municipais, sendo dois vereadores.
Casos da vice-prefeita e atual secretária da Mulher, Direitos Humanos e Cidadania, Renata Bravo; da secretária de Desenvolvimento Social, Audrey Kleys, e do secretário de Meio Ambiente, Marcos Libório.
Estes dois retornarão ao Legislativo em abril.
“Logo, logo, o prefeito vai chamar a base para fazer uma votação”, brincou, característica comum do parlamentar.
Os confrontos da PM com bandidos que resultaram em dezenas de mortes em comunidades dos morros e Zona Noroeste também foi destacado pelo parlamentar. Foto: Nando Santos/Arquivo
Operação Verão
Com base eleitoral nos morros – onde reside-, Zona Noroeste e Área Continental, o vereador falou sobre os impactos da Operação Verão, da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, nas comunidades.
Dessa forma, em razão de confrontos, 48 pessoas já morreram na região desde o início da Operação Verão (ex-Operação Escudo), com dados a partir do final de janeiro.
“Às vezes, ficamos reféns. Muitas pessoas estão sendo prejudicadas e coagidas. Na Caneleira, um trabalhador foi alvejado em um confronto. Pessoas de bem estão sendo prejudicadas e atingidas”, lamenta.
“É preciso ouvir a comunidade. O Governo do Estado deve separar o joio do trigo. Muitas pessoas de bem, trabalhadoras, vivem nos morros e na Zona Noroeste”, diz.
“Contra a criminalidade, temos um caminho. Enquanto o Rio de Janeiro criava bases para as UPPs (Unidades de Polícias Pacificadoras), Santos criou as Vilas Criativas nas comunidades”, disse.
Aliás, casos das unidades na Vila Nova, Vila Progresso e Morro da Penha.
“O caminho é levar qualificação e oportunidades para as comunidades para termos um futuro melhor”, crê.
Vans e VLT
Assim, durante o programa, o vereador também questionou a demora na mudança dos equipamentos para leitura dos cartões de vale-transporte do modelo municipal (uso da empresa Piracicabana) para o BR Mobilidade, ainda que pertença ao mesmo grupo empresarial.
Assim, a medida prejudica os 51 permissionários que oferecem o serviço das vans.
Dessa forma, a expectativa é que a medida seja implantada em abril – a despeito da promessa de utilização conjunta anunciada em outubro e que deveria entrar em vigor em dezembro.
Além disso, ele pede que parte do subsídio que a empresa de transporte municipal recebe do município (mais de R$ 1,5 milhão/mês) seja repassada para os motoristas das vans, que suprem tal serviço nos morros, onde os ônibus não conseguem trafegar.
“Há o primo bilionário e o primo pobre”, lamenta.
No entanto, não há qualquer previsão disso ocorrer.
Confira o programa completo.
Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.