Investir na base é a receita para o Santos neste início de temporada, marcada por uma maratona de jogos, diante dos reflexos da pandemia no calendário do futebol. O clube ainda não pode contratar por conta de dívidas com outras equipes, como na transação de Soteldo com o Huachipato. O déficit total do clube chega a R$ 700 milhões, uma situação desanimadora.
Dessa forma, a única alternativa é encontrar soluções caseiras na base. Assim, a diretoria acertou a contratação do técnico argentino Ariel Holan que tem como característica o trabalho com jovens e o ‘DNA’ ofensivo, uma marca do Santos. Segundo o presidente do clube Andrés Rueda, o treinador atende todos os pré-requisitos para assumir o clube, um deles é saber o momento financeiro.
Na coletiva de apresentação, Ariel Holan destacou que comandar o Alvinegro Praiano será um dos principais desafios de sua carreira, haja visto que o clube teve grandes craques ao longo de sua história, como Pelé e Neymar. A tecnologia será uma das ferramentas usadas pelo treinador que gosta de trabalhar com este método para aperfeiçoar o time nos treinamentos.
Jovens talentos

Kaio Jorge, Sandry, John Victor e João Paulo tiveram um papel fundamental na última Libertadores/ Foto: Divulgação/SFC
Ao longo de 2020, atletas da base do Santos foram fundamentais no vice campeonato da Libertadores. Caso dos goleiros João Paulo e John Victor, do volante Sandry e do atacante Kaio Jorge. Além disso, a equipe tinha Alison e Lucas Veríssimo (vendido para o Benfica), que já haviam subido para o profissional e tiveram participação decisiva na campanha. Contudo, o Peixe precisa de mais jogadores para a temporada, que promete ser desgastante.
É importante frisar que no ano passado um surto de Covid-19 no elenco obrigou Marcelo Fernandes, que substituiu Cuca, afastado pelo coronavírus, colocar o time quase sub-23 diante do Internacional. Apesar dos desfalques, o Santos venceu por 2 x 0.
Os jovens que entraram nas partidas ao longo do Brasileirão de 2020 ganharam nova oportunidade neste início de Campeonato Paulista e alguns têm chamado a atenção da torcida, como Ângelo, de apenas 16 anos, Vinícius Balleiro, Alex, Wagner Palha, Bruno Marques e Gabriel Pirani.
O atacante Marcos Leonardo, que foi decisivo na classificação do Santos para a Pré-Libertadores, é outra peça-chave no elenco.
Receita campeã

Meninos da Vila conquistaram o título brasileiro em 2002/ Foto: Divulgação
Investir na base é quase um sinônimo de título no Santos. Diversas vezes, o clube precisou recorrer aos jovens talentos que conquistaram campeonatos importantes. No início dos anos 2000, a diretoria do clube até tentou trazer jogadores, como Marcelinho Carioca, Carlos Germano, Edmundo e Rincón.
Porém, foi a geração comandada por Robinho e Diego que conseguiu o título do Brasileirão de 2002 e 2004. Pouco tempo depois, Neymar, Paulo Henrique Ganso, Wesley, André e Alan Patrick surgiram na Vila Belmiro e o Peixe conquistou a Copa Libertadores, Recopa Sul-Americana, Copa do Brasil e o Campeonato Paulista (3 vezes).Por fim, o último título do Santos em 2016 teve participação de vários atletas formados nas categorias de base do clube, como Gabriel, Gustavo Henrique, Zeca e Thiago Maia.
Vale destacar que a tradição dos Meninos da Vila vem desde os tempos de Pelé.
Clássico e Libertadores
O Santos joga contra o São Paulo no Morumbi neste sábado (7), às 19 horas.
A partida marca a estreia de Ariel Holan.
No entanto, a prioridade no momento é a vaga na fase de grupos da Libertadores. Na próxima terça (9), o Alvinegro enfrenta o Dep. Lara, da Venezuela, em casa, e deve contar com força máxima. A expectativa é abrir uma boa vantagem para o segundo jogo.