Qualquer empresa poderá participar do leilão do CT Rei Pelé, hoje utilizado pelo clube, em área de pouco mais de 39 mil m2 no Jabaquara, em Santos, no litoral paulista.
O Boqnews apurou junto ao SPU que a participação no futuro leilão será livre para qualquer interessado.
Ou seja, não haverá restrições na participação dos concorrentes.
Em 2023, o Santos FC apresentou proposta de compra da área por R$ 53,6 milhões.
No entanto, abaixo da avaliação do SPU de R$ 71,5 milhões – valores da ocasião.
Algo em torno de R$ 1.840,00 o m2.
O vencedor do futuro leilão deverá fazer o pagamento à vista.
Atualmente, o local abriga hotel para os jogadores, três campos de treinamento, academias, piscina, estacionamento e estrutura para a base.
Aliás, esta última recém inaugurada em parceria com o pai do jogador Neymar e a iniciativa privada, sem ônus para o clube.

Nova estrutura para a base, recém-inaugurada. Foto: Felipy Brandão-Arquivo
No entanto, não há data para a realização da venda do terreno.
Diário Oficial
A portaria autorizando a possibilidade de alienação onerosa do imóvel mediante venda precedida de licitação na modalidade leilão público foi publicada no Diário Oficial da União, no último dia 15 de julho.
A área no Jabaquara está cedida ao clube desde 6 de novembro de 1996.
No entanto, como troca, haveria necessidade de contrapartidas sociais tanto com o Poder Público como entidades esportivas, o que não ocorreu como previsto.
A área total é formada por 39.027,56 m2, sendo 3.366,92 m2 de benfeitorias, que deverão ser ressarcidas ao clube, caso haja outro vencedor.
Em junho, houve anúncio de parceria entre o clube, a NR Sports — empresa da família de Neymar — e o Grupo Peralta para a construção de um Centro de Treinamento em Praia Grande – em área junto ao Litoral Plaza Shopping.
O terreno é de 90 mil m2 – o dobro do atual no Jabaquara, em Santos.
A previsão é que tudo esteja pronto até junho de 2026. (leia mais aqui)
Inicialmente, a ideia é que o Santos transfira as categorias de base para o CT Rei Pelé.

Foto: Reprodução/Diário Oficial da União
Confiança
Por sua vez, o assessor especial da presidência do Santos FC e ex-deputado federal, Júnior Bozzella, está confiante na manutenção da área pelo clube.
“O Santos FC tem a prioridade da compra do terreno”, explicou em entrevista ao repórter Felipy Brandão, do Boqnews. (veja detalhes aqui)
“Seria um absurdo o Santos FC ser sacrificado diante do que representa para a história do futebol em um ativo tão importante”.
“Assim que o edital estiver publicado, o Santos FC estará habilitado para participar do leilão sob o ponto de vista financeiro. Será um feito da gestão do presidente Marcelo Teixeira”, enfatizou.
Bozzella destacou que manteve encontros com o ministro dos Esportes, André Fufuca, e também com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Além disso, ocorreram reuniões do clube com as diretorias da Caixa e do próprio SPU – Serviço de Patrimônio da União.
Ministério Público
No entanto, há uma determinação do Ministério Público datada de 2017 pelo descumprimento do acordo firmado em 6 de novembro de 1996 com a União como forma de contrapartidas sociais.
O Santos FC não teria cumprido o acordo firmado em relação ao tema ao longo de anos e gestões que presidiram o clube.
E isso culminou na publicação da portaria, que prevê a venda futura da área.
Para Bozzella, o objetivo primordial é que o Santos FC permaneça com o patrimônio.
Ele reconhece que erros do passado contribuíram para o clube chegar nesta situação.
“Isso é uma herança que vem das gestões passadas”, enfatiza.
“Assim, o Santos ficou à deriva e ficou irregular nesta propriedade”, reconhece.
“Nossa articulação foi no sentido de amarrar as pontas. Todo o processo foi devidamente cuidado desde o início da gestão do presidente Marcelo (Teixeira)”, acrescenta Bozzella.
Recursos
No entanto, a situação financeira do clube preocupa.
Conforme o balanço auditado do SFC referente ao ano passado, o passivo a descoberto chega a R$ 530 milhões.
Parte deste déficit decorre do montante negativo acumulado no ano passado: R$ 105,2 milhões.
Vale lembrar que a compra pelo terreno deverá ser feita à vista, conforme determina o SPU – Serviço de Patrimônio da União.
Prefeitura
Em nota, a prefeitura de Santos informa que em maio último realizou audiências públicas para revisar a Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos).
Aliás, o prefeito Rogério Santos entrega este documento aos vereadores nesta quinta-feira (24), em solenidade no Paço Municipal.
Uma das propostas apresentadas foi a criação do Nide 11 – Jabaquara, com foco na preservação de atividades esportivas, proteção ambiental e garantia de serviços públicos na região.
Aliás, proposta recebeu aprovação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano (CMDU).
Assim, seguirá à Câmara Municipal no início dos trabalhos legislativos em agosto.
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