Por isso, com a saída do executivo, o Santos busca um novo profissional para comandar o departamento de futebol em meio a uma temporada marcada por instabilidade técnica e pressão da torcida.
Pedro Martins pediu demissão do cargo de CEO do Santos no fim da manhã desta terça-feira. O clube já busca um novo nome no mercado para assumir o comando do departamento de futebol.
Martins tentou implementar um projeto de modernização, mas encontrou forte resistência dentro do clube.
A diretoria rejeitou decisões como demissões e novos processos administrativos, o que frustrou o executivo.
A cúpula santista queria transferi-lo para uma função administrativa na Vila Belmiro, afastando-o do CT Rei Pelé. Martins não aceitou a mudança e optou por deixar o cargo.
A pressão aumentou nas últimas semanas, impulsionada pelos maus resultados em campo.
O time caiu na Copa do Brasil e ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
Também pesaram na crise interna a multa milionária pela demissão do técnico Pedro Caixinha e divergências sobre a punição ao atacante Gabriel Veron, afastado por indisciplina.
No início do mês, diante de rumores sobre sua saída, Martins publicou uma imagem com o título do filme “Ainda Estou Aqui”, indicando que permaneceria no clube. Pouco tempo depois, o cenário mudou.
Desgaste com torcida e bastidores
Declarações públicas dadas por Martins em entrevista coletiva, no dia 15 de abril, geraram forte reação negativa. Na ocasião, ele afirmou que “o saudosismo vai matar o Santos”, ao criticar a resistência a mudanças. A frase repercutiu mal entre torcedores e conselheiros.
Martins também declarou que o clube não entregaria a chave do futebol a nenhum treinador, o que acabou influenciando diretamente nas negociações com Jorge Sampaoli, que foram encerradas.
Sendo assim, após a demissão de Caixinha, Martins disse ter concordado com a decisão, mas apontou que a troca constante de treinadores é um problema estrutural. O contrato com o técnico previa multa de 2 milhões de euros (cerca de R$ 12,8 milhões), a serem pagos em até dez dias. Somando a comissão técnica, o valor chega a cerca de R$ 15 milhões. O clube tentou parcelar o pagamento, mas não houve acordo, e o caso foi levado à Fifa. A situação pode resultar em um novo transfer ban.
Portanto, outro ponto de atrito envolveu Gabriel Veron. O atacante acumulou atrasos a treinos e foi multado, ficando fora do jogo contra o Grêmio. Parte da diretoria defendia seu afastamento definitivo e devolução ao Porto, de Portugal, mas Martins defendeu a permanência do atleta, que segue treinando com o elenco.
Breve passagem no comando
O Santos contratou Pedro Martins no fim de dezembro de 2024 para substituir Paulo Bracks. Além disso, também acumulou a função de diretor de futebol, no lugar de Alexandre Gallo. Liderou a montagem do elenco para a temporada, incluindo as contratações de Zé Rafael, Rollheiser, Thaciano, Tiquinho Soares, Barreal, Gabriel Veron e o técnico Pedro Caixinha. Contudo, a presidência conduziu diretamente a contratação de Neymar, destaque do mercado, sem envolver Martins nas negociações.
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