
Mulher observa a obra ‘Fantasma’,c riada em 1994 por Antonio Manuel, em exposição do Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro
Os artistas Antonio Manuel, André Komatsu e Berna Reale foram os escolhidos para representar o Brasil na Bienal de Veneza, marcada para maio do ano que vem. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, que trabalha ao lado de Cauê Alves, o pavilhão nacional da próxima mostra italiana tenta estabelecer um diálogo entre um artista consagrado, caso de Manuel, e a produção contemporânea, caso de Komatsu e Reale.
Manuel despontou nos anos 1960 no cenário artístico do país com performances e obras de forte pegada política, entre elas a ação em que invadiu nu um vernissage no Museu de Arte Moderna do Rio e suas obras em que manipulava capas de jornal com notícias sobre a ditadura militar.
Segundo Osorio, também curador do MAM do Rio, Manuel terá maior destaque no pavilhão do país. Komatsu cria instalações que refletem sobre a condição das metrópoles brasileiras, em especial São Paulo. Suas obras falam da precariedade e do improviso na arquitetura, uma espécie de urbanidade às avessas.
Talvez mais surpreendente seja a escolha de Reale para integrar o pavilhão. Artista que despontou no circuito nos últimos anos, a performer de Belém vem causando espanto com ações como um sapatear no lixão da capital paraense ou navegar nos canais de esgoto da cidade com uma canoa cheia de ratos.