O Centro Histórico de Santos viveu uma grande celebração no último domingo (16) com o tradicional Cortejo do Maracatu Quiloa, que encerrou a Mostra de Arte do grupo. Com o tema ‘Tempo / Ara Ymã, Ara Pyau!’, o evento reuniu centenas de pessoas em um desfile vibrante pelas ruas da cidade, reafirmando, assim, a força e a ancestralidade do maracatu.
Inicialmente, a Praça Mauá recebeu a concentração do cortejo, onde batuqueiros, corte real, ala dos orixás e demais integrantes do Quiloa iniciaram um espetáculo de cores, ritmos e tradição. Em seguida, o público acompanhou a manifestação pelo Centro Histórico, promovendo, dessa forma, um encontro entre passado e presente e reforçando a proposta da mostra sobre a relação ancestral com o tempo. Durante o percurso, as apresentações contaram, ainda, com a participação do artista Sérgio Pererê, da Aldeia Tabaçú, e de Vitor e Elis da Trindade, do Teatro Popular Solano Trindade.
Diante desse cenário, Felipe Romano, mestre e fundador do Maracatu Quiloa, comemorou o sucesso do evento. “Foi emocionante ver tantas pessoas compartilhando esse momento conosco. Para nós, o tempo vai além de uma medida; representa um elo com nossa ancestralidade e um caminho para o futuro.”
Por outro lado, Simone Santos, rainha do Quiloa, ressaltou o cortejo como um ato de resistência cultural. “Cada batida do tambor reafirma nossa história. A presença do público, caminhando ao nosso lado, prova que essa memória segue viva.”
Abertura Oficial no Sesc Santos
O evento teve início no dia 12, no Teatro do Sesc Santos, com a apresentação do Maracatu Nação Kambinda, do Teatro Popular Solano Trindade, grupo que, ao longo de 50 anos de história, se consolidou como uma das maiores referências de arte preta do Brasil.
Além disso, Clóvis Vasconcellos, superintendente de comunicação corporativa da Autoridade Portuária de Santos (APS), destacou a relevância do Porto na promoção de políticas públicas para a cultura. “O Porto de Santos se compromete em preservar a cultura e valorizar nossa gente, que fortalece essa relação comercial de Santos com o mundo”, afirmou.
Ademais, a noite também contou com a apresentação da carta de intenção da Associação Cultural Quiloa ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), solicitando o tombamento dos maracatus do Estado de São Paulo. Portanto, em resposta, Danilo Nunes, superintendente do Iphan São Paulo, elogiou a iniciativa. “Não poderia deixar de prestigiar essa mostra maravilhosa do Quiloa, grupo que acompanho desde o início. Agradeço a Felipe Romano por toda a pesquisa que ele traz para o Sudeste.”
Programação Intensa e Reflexiva
Ao longo da semana, a 20ª Mostra Cultural do Maracatu Quiloa ofereceu uma programação diversificada, incluindo apresentações musicais, rodas de conversa e oficinas focadas no combate ao racismo e na valorização das culturas afroindígenas.
Por fim, o evento contou com o patrocínio da Autoridade Portuária de Santos e do Governo Federal (Ministério dos Portos e Aeroportos), além do apoio da Prefeitura de Santos e do Sesc Santos.
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