A edição brasileira de Bocage: o perfil perdido, do pesquisador brasileiro Adelto Gonçalves, publicada em 2021 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp), é um dos destaques da exposição “Bocage entre Nós”.
Inaugurada no dia 24 de setembro no Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS), em Setúbal, Portugal, a mostra tem encerramento previsto para o dia 21 de dezembro de 2022.
Data da morte do poeta Manuel Maria de Barbosa du Bocage (1765-1805).
Em 2023, a exposição “Bocage entre Nós” circulará, em regime de itinerância, por várias escolas básicas e secundárias de Portugal.
A escolha será de acordo com a vontade expressa da comissão organizadora e daquelas entidades.
Dessa forma, tem patrocínio da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), da União de Freguesias de Setúbal e do MAEDS,
“A ideia é sensibilizar e conquistar para a “causa bocagiana” professores e alunos, levando à tão desejada alteração de paradigma a respeito do nosso poeta”, disse o professor setubalense António Chitas, organizador da exposição.
Curso de formação
Neste momento, ele prepara o lançamento do 2.º Curso de Formação “Novas Perspectivas para o Ensino da Vida e Obra de Bocage – Estratégias, Metodologias e Recursos Didáticos”.
O trabalho destina-se a professores dos ensinos básico e secundário de Portugal.
A exposição ocorre na sequência de um extenso programa de comemorações.
Seu início ocorreu em 15 de setembro do ano passado, data que marca o nascimento do poeta.
Além disso, ele assinalou também a passagem do 150º aniversário da inauguração da estátua do poeta na Praça do Bocage, antiga Praça do Sapal, em Setúbal.
Assim, ela ocorreu em 21 de dezembro de 1871 e contou com o apoio da comunidade portuguesa do Rio de Janeiro.
Por isso, a exposição tem como subtítulo: “a construção da memória nos 150 anos do monumento a Bocage”, como consta do catálogo.
Edições antigas
“Parte significativa da exposição foi concebida para utilização posterior ao final do evento, configurando-se um recurso educativo e didático de grande interesse, que vamos proporcionar aos estabelecimentos de ensino”.
É o que observa Rui Manuel Canas, presidente da União de Freguesias de Setúbal, uma das entidades patrocinadoras do evento.
Além de catálogo confeccionado especialmente para a efeméride, a exposição conta com várias edições antigas de obras impressas do poeta e outras mais recentes.
E ainda: azulejos, pratos de faiança, canecas, cachimbos, medalhas, moedas, gravuras de Setúbal.
Além disso, outros objetos do século XVIII, bem como quadros que retratam o vate em várias fases de sua vida adulta.
Do catálogo ainda consta um texto em que o professor António Chitas, investigador bocagiano, traça em breves palavras a biografia do poeta.
Livro
Assim, também estão expostas fotocópias de documentos manuscritos que constam de arquivos portugueses.
Dessa forma, eles foram reproduzidos no livro Bocage: o perfil perdido.
Trata-se do livro do jornalista e escritor santista Adelto Gonçalves, publicado originalmente em 2003 pela Editorial Caminho, de Lisboa, e depois na edição brasileira.
Adelto é professor doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP)
Assim, para pesquisar e escrever a obra, o estudioso brasileiro contou com bolsa de pós-doutoramento oferecida pela Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).
Dessa forma, a medida lhe permitiu permanecer em Portugal nos anos de 1999-2000.