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31 DE OUTUBRO DE 2008

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O Jeito Brasileiro

Há 10 anos no Brasil, o engenheiro eletrônico inglês Andrew Smith, 41 anos, não planejava ser um escritor. Distante do universo literário, ele almejava um futuro promissor como engenheiro. Sua vida profissional começou aos 22 anos, quando deixou a cidade inglesa de Birmingham  para trabalhar na África em plataformas de petróleo. “Ficava sentado o dia […]

Por: Da Redação

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Há 10 anos no Brasil, o engenheiro eletrônico inglês Andrew Smith, 41 anos, não planejava ser um escritor. Distante do universo literário, ele almejava um futuro promissor como engenheiro. Sua vida profissional começou aos 22 anos, quando deixou a cidade inglesa de Birmingham  para trabalhar na África em plataformas de petróleo.

“Ficava sentado o dia todo esperando o trabalho chegar. Gostava de fazer esporte e o dia-a-dia rotineiro da plataforma estava me deixando louco”, ironiza. Cansado de passar os dias enclausurado numa sala, Andrew decidiu buscar outras oportunidades e investiu no seu
conhecimento pessoal concluindo o MBA em Negócios Internacionais.

“Comecei a trabalhar numa empresa de marketing e desenvolvimento internacional, onde tive a oportunidade de viajar por muitos países, como o Brasil”, conta.

Decidido a  ficar no País, mas com dificuldades para achar uma colocação profissional, Smith resolveu abrir uma academia na Zona Sul de São Paulo. “Sempre gostei de esporte, por isso  investi nesse tipo de emprendimento, mas não deu certo”, conta.

Impressionado com a marginalidade infantil na Capital, o engenheiro iniciou um trabalho voluntário com crianças de ruas juntamente com uma entidade. A experiência resultou em seu primeiro livro, um romance, ainda não publicado.

“Depois dessa experiência fiz um livro sobre ficção e um sobre termos em inglês para o mercado financeiro, que foi publicado”, conta. Decidido a continuar escrevendo, o autor trabalhou dois anos em seu novo projeto, O Jeito Brasileiro (Ed. Saraiva, R$ 55,00). “O objetivo inicial era escrever um livro para jovens com dicas de como ser criativo mas, quando me aprofundei sobre o tema, percebi que a criatividade estava ligada com estilo de vida”, relata.

Foi a origem dessa criatividade que motivou Smith a buscar fontes e informações para seu novo projeto. Com a ajuda da esposa, brasileira, chegou a alguns profissionais que se destacam na música, arte e esporte. “Eu me perguntava: por que eles são tão bons no que fazem?”, indaga.
Gal Costa, Denise Fraga, Fernando Meirelles, Gilberto Mendes, Lars Grael, Tom Zé, Washington Oliveto e Romero Brito foram alguns de seus 39 entrevistados que apresentam o amplo panorama da criatividade brasileira em ação. “ Quando conversei com eles notei que todos eram apaixonados pelo que faziam e pensei: é isso que eu quero da vida. Comecei a notar que a criatividade poderia estar ligada com a identidade e gostos pessoais”, explica.







Foto: Luiz Nascimento
Foto: Luiz Nascimento

No livro, os artistas expõem o que pensam em relação à criatividade e como desenvolvem o seu trabalho no dia-a-dia. “Eu tinha uma idéia, alimentada pela mídia, de que as pessoas simplesmente aparecem ‘do nada’. Durante meu contato com esses profissionais, notei que todos lutaram muito para chegar onde chegaram”, afirma.O esforço, otimismo e inovação dos entrevistados ajudou o autor a traçar um perfil do trabalhador brasileiro. “Fico admirado ao perceber que a falta de recurso não é empecilho para realizar a atividade da melhor maneira. Isso me fascina no povo brasileiro”, confessa.

A personalidade de alguns profissionais que trabalharam com o engenheiro no início de sua vida no Brasil foi o que definiu o nome do livro. “Eles gostavam de deixar as tarefas para o dia seguinte e eu preferia fazê-las no mesmo dia. Quando as coisas se resolviam, eles diziam: ‘Demos um jeitinho brasileiro’”, conta.

De acordo com Smith, o livro foi uma viagem pessoal a respeito do desenvolvimento da criatividade e a maneira que ela se relaciona com o estilo de vida de cada profissional bem sucedido. “ O resultado final foi justamente o que eu queria captar: o mais feliz é aquele que faz o que gosta”, finaliza.

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