O primeiro, maior e mais diverso festival de música do litoral vai começar! O Santos Jazz Festival tem início nesta quinta-feira (25), às 19 horas no Teatro do Sesc Santos, com um concerto especial de abertura que reunirá a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos com Alaíde Costa, 88 anos, a grande dama da bossa nova, que acaba de ser premiada em Cannes, e dois jovens talentosos músicos da atualidade: o baiano Tiganá Santana e a prata da casa Monna.
Juntos, num encontro de gerações que promete emocionar, farão uma homenagem à genial obra de Milton Nascimento. Assim, o festival coloca luz ao combate ao etarismo e estampa já na abertura sua identidade plural. Portanto, reforçando seus propósitos de representatividade, equidade e de luta contra todo tipo de preconceito.
E como se não bastasse, a condução da noite ficará por conta de outros dois jovens. O casal Samuel Sestaro e Isabela Correia serão os mestres de cerimônia, marcando posição sobre como é possível e necessária também a integração de Pessoas com Deficiência Intelectual.
Todos os shows do festival são gratuitos. No entanto, este é o único onde é necessário retirar antecipadamente os ingressos, na própria bilheteria do teatro (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida), na data do evento, às 10 horas, com limitação de dois ingressos por pessoa.
Line-up
Neste ano, sob o tema Sons da Esperança, a curadoria não apenas traz um line-up absolutamente democrático, como também destaca o legado, em reparação histórica, ao talento de dois gênios apartados do devido reconhecimento à época por puro preconceito. Johnny Alf e Alaíde Costa.
Ele, o grande responsável pela mistura do jazz com o samba, criando os novos arranjos e harmonias que deram o tom da bossa nova, posteriormente popularizada por Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto, entre outros. Ela, a responsável por conferir, com graciosidade e afinação ímpar, grandes interpretações ao ritmo que faz história na música popular brasileira.
Alaíde é a convidada de honra do concerto de abertura. Johnny Alf será homenageado com um tributo especial no palco do Arcos do Valongo (confira programação completa em anexo). A reparação histórica trará a dama da bossa nova cantando outro ícone. E ela não esconde a satisfação.
“Milton Nascimento é um dos meus autores preferidos, tanto que já gravei um disco só com músicas dele. Cantar agora com arranjo de orquestra vai ser um desafio e um grande prazer”, confidencia. Na jovialidade de suas quase nove décadas, Alaíde segue incansável, inovando. Ela lançou neste mês o álbum E o tempo agora quer voar, já disponível nas plataformas digitais.
Encontro de gerações
A cantora, compositora e instrumentista Monna, prata da casa, está vivendo a emoção de representar no encontro a nova geração da música, juntamente com Tiganá Santana “Quando recebi o convite passou um filme na cabeça.
Alaíde Costa tem um significado tão grande na história da música popular brasileira e, mesmo com toda adversidade que cruzou o seu caminho, sempre foi de uma dignidade artística inspiradora, com extremo bom gosto e personalidade fiel a sua arte.
Para além da honra de estar no palco com ela, a Orquestra e Tiganá, a emoção de cantar Milton Nascimento: um dos primeiros compositores que conheci no Conservatório, aos 12 anos e cujo O Cio da Terra literalmente marcou em mim a semente da música popular brasileira. O Santos Jazz cumpre com primor essa missão de oportunizar aos artistas essa troca de experiências que não tem preço”, conta Monna.
Sentimento
O jovem e talentoso baiano Tiganá Santana compartilha o sentimento. “Será uma alegria inenarrável poder participar dessa homenagem a Milton Nascimento, ao lado da grandiosa cantora Alaíde Costa, que, felizmente, tem sido mais reconhecida, ultimamente, no Brasil, a partir do seu lugar original, inaugural e atemporal, como é o lugar do Milton e sua obra.
A atemporalidade da sua obra, a propósito, reúne artistas de gerações distintas, como atesta a participação da talentosa cantora Monna e a minha participação nesse tributo ao que é capaz de criar a invenção humana, nesse tributo à estética afro-brasileira – no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha -, nesse tributo ao estado de encantamento. E é maravilhoso poder cantar em Santos e nesse contexto.”
O espetáculo cumpre ainda outro importante papel: levar ao público cada vez mais uma potência cultural artística que é possível quando a sociedade reconhece na orquestra sinfônica o patrimônio público que de fato é. A formação de plateia é também prioridade do festival.
“O Santos Jazz tem nos dado a oportunidade de tocar com pessoas que escreveram a música popular brasileira, como Alaíde Costa, que sublinhou a bossa nova. E também com essa nova geração de artistas que estão pegando toda essa bagagem e dando continuidade ao legado, como foi com Ayrton Montarroyos e Vanessa Moreno ano passado, e neste ano com a Monna e o Tiganá. Esse ampliar de fronteiras, essa mistura da música erudita com outras linguagens artísticas é extremamente potente”, detalha o regente-adjunto da orquestra, José Consani.
Retrospectiva de sucesso
O Santos Jazz terá 15 shows gratuitos no palco do Arcos do Valongo – Centro Histórico, entre sexta e domingo (26 a 28).
Desse modo, trazendo grandes nomes do País, como o rapper BNegão e Tássia Reis – abrindo espaço a diversos artistas locais e reverenciando a obra de gigantes da música: como Johnny Alf, Alaíde Costa, Chico Buarque, Tim Maia e Dorival Caymmi. Além disso a VDJ Jô Discolada promete aquecer os intervalos e colocar todo mundo pra dançar. Por falar em dançar, o encerramento terá o show de comemoração dos 25 anos de carreira do Clube do Balanço.
Em onze edições o Santos Jazz soma 225 shows, 45 workshops e oficinas, mais de mil músicos envolvidos e público superior a 100 mil pessoas! Entre os artistas que já constelaram na programação estão Hermeto Paschoal, Egberto Gismonti, César Camargo Mariano, Mônica Salmaso e João Donato.
Assim como, João Bosco, Banda Mantiqueira, Rosa Passos, Leny Andrade, Yamandu Costa e Arismar Espírito Santo. E dezenas de outros grandes músicos nacionais, internacionais e muitos dos nossos talentos locais. Colocar luz aos novos também sempre foi um propósito. Ayrton Montarroys, Vanessa Moreno, Rael, Liniker, Xênia França e Francisco El Hombre são algumas das estrelas do novo cenário musical que já estiveram por aqui!
Realização
O 12º Santos Jazz Festival tem patrocínio das empresas Compass e Santos Brasil, por meio de chancela da Lei federal Rouanet do Ministério da Cultura. Correalização: Prefeitura Municipal de Santos. Apoio Institucional: Sesc Santos e Secretaria Municipal de Cultura.
O projeto conta também com emenda parlamentar dos vereadores Benedito Furtado, Bruno Orlandi, Cacá Teixeira, Chico Nogueira e Marcos Libório.
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Confira a participação do organizador do Santos Jazz Festival, Jamir Lopes no programa Redação Boqnews de segunda (22).
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