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17 DE OUTUBRO DE 2008

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Em busca da excelência profissional

“Hoje, a mão-de-obra para o Porto de Santos deve ser multifuncional. Não avançamos como o possível no passado justamente pela falta da consciência de que os trabalhadores devem ser qualificados para se adequarem às novas tecnologias e realidades”. A definição é do presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, […]

Por: Da Redação

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“Hoje, a mão-de-obra para o Porto de Santos deve ser multifuncional. Não avançamos como o possível no passado justamente pela falta da consciência de que os trabalhadores devem ser qualificados para se adequarem às novas tecnologias e realidades”. A definição é do presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Serra, destacada durante a abertura do I Fórum de Integração Portuária, realizado na Universidade Santa Cecília (Unisanta), e mostra qual o perfil do profissional desejado para atuar no setor: “Alguém especializado e com conhecimento nas diversas áreas de atuação”, ressaltou.

Presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), Sérgio Aquino reforçou a mesma idéia durante o evento, alegando que, tal como em outras áreas, esse perfil faz parte de uma realidade mundial, que é o profissional multiuso. “Não é mais possível que haja divisões de trabalho como antigamente, onde havia só o conferente ou só o estivador. O profissional portuário deve ter habilitação para atuar tanto em terra como, se necessário, em embarcações, e não apenas em uma única função”.

A capacitação do trabalhador do Porto é embasada na Lei 8.630/93, que, entre seus termos, aponta a responsabilidade sobre sua formação profissional e multifuncional. O prazo para que se instituísse tal trabalho era, segundo a legislação, de cinco anos – no caso, até 1998. No entanto, nada foi feito, o que, na visão do presidente da Codesp, ocorreu porque privilegiou-se o investimento em infra-estrutura, enquanto a preparação do funcionário para tal ficou em segundo plano.

Para Aquino, a estagnação provocada pela não-capacitação e o conseqüente descumprimento da lei significou também a manutenção de uma cultura portuária ultrapassada, cuja imagem era a do trabalhador carregando peso nas costas. “Hoje, esse profissional manuseia equipamentos, controla operações e atividades, e é necessário que esse perfil seja vinculado à cultura das pessoas. Até porque é essa a imagem do atual trabalhador portuário no mundo todo”.

Até por isso, José Roberto Serra defendeu uma aproximação entre ensino, estudantes e o Porto, nas diversas áreas de atuação. “Há uma mão-de-obra ávida por lugar no mercado, e as instituições devem criar oportunidades para que o interesse por esse campo de trabalho seja despertado”.

A abertura de oportunidades foi complementada pela reitora da Unisanta, Sílvia Teixeira Penteado. Para ela, o momento é distinto daquele vivido anteriormente pelo fato da modernização portuária estar em grande evidência no momento. “Cada vez mais, está se redescobrindo o valor do Porto de Santos e sua relevância. É preciso que profissionais capacitados surjam, e isso deve partir de representações com trajetória na história portuária”.

O presidente do CAP, por sua vez, acredita que há uma ansiedade inicial para se saber as novidades no campo de trabalho, fruto da já citada manutenção cultural. A seu ver, essa circunstância “é natural, pelo fato de, por muitos anos, os portuários não tiveram como influência a importância de se melhor capacitar. Até por isso, além da resistência de empresários no que diz respeito à instituição dos cursos, ela provêm também dos próprios trabalhadores”, explica, concluindo que o interesse será reflexo da extensão da influência que se almeja passar com a valorização da qualificação.

Técnicos
Por conseqüência, a busca por profissionais técnicos, tanto novos como requalificados, é apontada como a necessária para o momento, especialmente para atuação com os equipamentos que movem a economia do Porto. Para Aquino, a idéia geral de que somente o nível universitário era interessante limitou o número de profissionais especializados para trabalhar com o maquinário. “Hoje, há, por exemplo, a necessidade de mais técnicos em informática para auxiliar nos setores de controle e planejamento e de técnicos em manutenção para todo esse equipamento”.

José Roberto Serra aponta, ainda, a necessidade de pessoal para os campos de programadores para navios e cargas, bem como na área de Logística. “Pretendemos, até o final do mês, ampliar o recebimento de navios com os processos de dragagem, manutenção e alargamento dos canais, para recebermos cada vez mais movimentação de cargas. E para isso, há a necessidade de profissionais capacitados para otimizar esse serviço”, explica, defendendo que, nos projetos envolvendo o Porto e que hajam estudantes participando, os próprios devem ser mais que observadores, tomando parte e conhecimento do desenrolar do trabalho. “Eles necessitam desse contato”, finaliza.

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