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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Nacional

12 DE ABRIL DE 2024

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Especialistas abordam sobre o impacto da propagação de Fake News

A luta contra as fake news é um desafio constante de importante atenção para combater a disseminação de informações falsas.

Por: Da Redação

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Outubro marca o período das eleições municipais e com isso, sempre vem a questão de muitos eleitores, como saber que tal notícia ou fato é verídico? Pois com as fake news em alta, elas podem atacar o sistema eleitoral reduzindo sua confiança e também influenciar o posicionamento dos eleitores.
Além disso, vale lembrar que nos últimos dias, o dono do X (antigo Twitter) Elon Musk publicou diversos posts criticando o ministro Alexandre de Moraes e o STF. No domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk no Inquérito das Milícias Digitais (Inq. 4.874), que investiga grupos suspeitos de propagar fake news influenciando nos processos políticos.

Deepfake

Diversos vídeos circulam pela internet, porém nem todos são verdadeiros, alguns são deepfake. Segundo o jornalista e doutor em Ciências Humanas, Michel Carvalho, deepfakes incluem imagens, vídeos ou áudios, criados a partir de dispositivos automatizados, com altas doses de realismo que os fazem parecer autênticos.
Ele informa que em alguns casos, é possível identificar se houve a montagem de vídeos, trocando rostos e vozes, analisando os gestos, tonalidades e movimentos dos lábios. Porém, existem manipulações mais sofisticadas, que exigem a ajuda de um perito. “O importante é que a pessoa tenha capacidade analítica para examinar se determinado conteúdo é verdadeiro ou não. E, na dúvida, não compartilhar algo que pode destruir uma reputação ou causar um pânico coletivo”.

Stalker

Além disso, existe o cyberstalking, uma forma de perseguição no ambiente virtual, podendo ter diversas periculosidades, variando de admiração até ameaças de assédio. Esse fator revela também a questão do criminoso se passar por outra pessoa para praticar golpes, portanto outra espécie de fake news. “A questão do stalker nos coloca uma questão importante na contemporaneidade: a exposição na internet. Quem é atuante nas redes sociais e expõe detalhes de sua rotina acaba mais suscetível a esse tipo de crime”, aborda Carvalho.
A psicóloga Mariangela Fortes menciona que stalkear trata-se de uma prática não apenas dos curiosos e admiradores, mas, também, de criminosos e sociopatas. Sobre a questão da saúde mental, ela enfatiza que dependendo do grau, pode ser um obsessivo compulsivo, não um psicopata. “Normalmente são pessoas que por admirarem demais suas vítimas e não conseguem ser como elas imaginam que seja a pessoa stalkeada, tentam denegri-la, mantê-la num pseudo controle”.

Denunciar fake news

Carvalho comenta que as próprias plataformas digitais (Facebook, X, TikTok, Instagram e Youtube) já contam com ferramentas que possibilitam a denúncia de uma informação falsa.
Com isso, é possível também fazer o “print” do conteúdo falso ou enganoso e encaminhar para o Ministério Público. É importante reunir informações (data, hora, endereço, fotos ou documentos que comprovem o fato) à denúncia. Ele ainda ressalta que em época eleitoral, a denúncia de fake news pode ser formalizada na Justiça Eleitoral. O ideal é reunir fotos ou vídeos de propaganda irregular ou ilegal, infrações e até compra de votos.

Polarização

É importante compreender o perigo de uma Fake News polarizar e dividir a sociedade, assim surgindo conflitos e desconfiança em diferentes grupos. “Imputar falsamente a alguém a prática de um crime pode ter consequências graves até fatais, como no episódio que envolveu a dona de casa, que foi espancada até a morte por dezenas de moradores no Guarujá em maio de 2014.
Ela foi covardemente agredida a partir de um boato compartilhado nas redes sociais, que alegava que ela sequestrava crianças para utilizá-las em rituais satânicos. “É preciso ressaltar que a desinformação hoje é um problema público, ou seja, é uma questão que afeta a sociedade e exige uma resposta do Estado”.
Ele cita diferentes temas, por exemplo, quando conteúdos enganosos sobre as vacinas circulam nas redes sociais, a saúde pública está em risco. “Quando determinados grupos políticos colocam em xeque o nosso processo eleitoral, a nossa democracia está em risco, como ocorreu nos ataques em Capitólio e em 8 de janeiro de 2023”.

Redes Sociais

Sobre a questão de existir uma regulamentação para ajudar a combater as Fake News nas redes sociais, Carvalho ressalta que o projeto de lei Nº 2.630/20, que institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, aprovado no Senado e que tramita na Câmara, busca criar medidas de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e nos serviços de mensagens privadas, estabelecendo para o descumprimento da lei.
“Em outros países, legislações semelhantes já foram criadas, inclusive regulamentando o uso de inteligência artificial. A questão é que as plataformas digitais têm responsabilidade sobre aquilo que é publicado em perfis abrigados por elas. Essas empresas de comunicação ganham milhões com a interação de usuários em seus ambientes. Por isso, não podem ser omissas ou coniventes com ilícitos nesses espaços digitais”.

Jornalismo

De acordo com o coordenador do curso de Jornalismo da Unisanta, professor-doutor Robson Bastos, o Jornalismo é vital para enfrentar as Fake News, porque busca a verdade com uma apuração séria e responsável, com critérios de equilíbrio e profissionalismo. Sobre sua presença nos processos eleitorais, ele aborda como é importante o trabalho do jornalista.
“Elas podem prejudicar a sociedade porque causam insegurança e descrença nos candidatos e no sistema eleitoral. E principalmente na Democracia. O jornalismo deve impedir, fazendo um levantamento correto dos candidatos e informando com clareza e objetividade, sem levar em consideração as preferências políticas do repórter”.
Bastos afirma que a educação midiática é vital para a reflexão e análise na hora da escolha do candidato ou propostas políticas. “A educação permite a livre escolha do que é melhor para o país e a sociedade”. Segundo ele, é importante a conscientização sobre o conteúdo que está sendo visto e compartilhado nas redes sociais, independente da idade, as fakes news podem prejudicar a educação da sociedade.

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