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15 DE FEVEREIRO DE 2019

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Fatalidades indicam necessidade de mudanças na sociedade

Tragédias tomam conta do noticiário neste início de ano; especialistas explicam e apontam que momento é de rever atitudes

Por: Ana Caroline Freitas
Da Redação

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O ano de 2019 começou de maneira intensa, marcado por tragédias, especialmente no Brasil. São pouco mais de 45 dias do novo ano e grandes incidentes estamparam os noticiários, colecionando vítimas.

Brumadinho (166 mortos e 144 desaparecidos até o fechamento desta edição), chuvas no Rio de Janeiro (7 mortos), incêndio no centro de treinamento do Flamengo (10 mortos), além do acidente aéreo que matou o jornalista Ricardo Boechat e o piloto do helicóptero onde estavam no início da semana foram os casos de maior repercussão.

Isso leva ao seguinte questionamento: por que o ano está carregado de infortúnios?

Uma onda de desespero agregada a diversas conspirações voltadas para o apocalipse se espalha cada vez mais. Em especial, nas redes sociais.

Explicações podem ser encontradas em diferentes crenças. Uma teoria que vem ganhando cada vez mais adeptos é a Data Limite, de Chico Xavier.

O conjunto de revelações que chegaram ao famoso médium diz que, em 1969, após o homem chegar à Lua, houve uma moratória de 50 anos em que a espiritualidade trabalharia para que houvesse paz entre os povos e as nações.

Proximidade

Assim, o prazo para os ajustes na humanidade termina em julho deste ano. Se a previsão for cumprida, deverão surgir muitos avanços tecnológicos, especialmente para a área da saúde, além da solução para problemas de ordem social.

Caso contrário, o descumprimento da meta causará transtornos e caos. Essa violação diz respeito a 3ª Guerra Mundial e o uso de armas nucleares, por exemplo.

Entretanto, os acontecimentos recentes estão em um contexto diferente do previsto na teoria citada.

De acordo com José da Conceição de Abreu, o Zezinho, autor de diversos livros ligados ao Espiritismo, as citações feitas por Xavier referem-se ao mês de julho, diferente do contexto recente.

Zezinho é autor do livro Chico e Você e presidente regional da União da Sociedade Espírita (USE) da Baixada Santista e Vale do Ribeira.

Além disso, ele afirma que não existem acontecimentos ruins.

Segundo o escritor, esses eventos têm o intuito de despertar o homem com tudo o que ele tem à sua volta para que ele se aprimore no caminho do bem. Se isso não acontece, surgirão eventos (vistos como ruins) com a finalidade de despertar a devoção e empatia ao próximo.

Desenvolvimento

Abreu enxerga de forma positiva as ações humanitárias que vem acontecendo, pois mostra que há solidariedade e, portanto, evolução.

Apesar disso, ainda são esperados outros incidentes que servirão de alerta.

Ele explica também que o acaso não existe: “As vítimas são agrupadas de tal modo que, na primeira possibilidade de um acidente ocorrer, elas estarão ali. Para resgatar com a vida, algo que tenha cometido em outra vida com outro corpo.”

A doutrina espírita estabelece que todo espírito encarnado tem o dia e hora certos para desencarnar. Ele apenas “veste” um corpo transitoriamente para construir um futuro diferente, em busca de transformação.

Porém, ao reencarnar são trazidos problemas do passado, para lidar com eles em certo momento. Tudo “dentro de determinadas características pelas quais ele, um dia em outras vidas, tenha abusado do poder ou violência”, exemplifica.

“Quem não aproveitar os momentos para melhorar e se transformar é justamente retirado da forma que for possível”, completa. Então, para o Espiritismo, a humanidade enfrenta um caminho de transição rumo à regeneração.

A partir de julho, a expectativa é que as coisas melhorem paulatinamente, desde que a humanidade faça progresso.

No Tarô, conforme Mônica Sarah Rodrigues, ano tem o Enforcado como regente, um arcano que exige reação. Foto: Rom Santa Rosa

Tarô

O oráculo de cartas tem O Enforcado como regente deste ano. De acordo com a taróloga Mônica Sarah Rodrigues (foto), a carta é de um arcano que pede reação.

O Enforcado aponta para situações em que há consciência de um problema, mas nada é feito para solucioná-lo. Dessa forma, o ano é de bastante tensão, a fim de moldar os seres humanos de maneira profunda.

Para a taróloga, os acontecimentos recentes do País mostram que é necessário parar e pensar nos erros ocorridos por problemas previstos. É o período de evitar que mais tragédias ocorram. “Estamos vivendo um momento onde não se pode mais adiar soluções em nome de interesses”, enfatiza.

Além do incêndio no CT Ninho do Urubu e no alojamento do Bangu, ambos no Rio de Janeiro, as cartas apontam para estragos causados por fogo. É possível associar a carta regente do ano ao elemento fogo.

Muitas regiões no Brasil e no mundo estão propensas a sofrerem também com as variações climáticas.

Flamengo

Crenças destacam o fogo este ano. Na última sexta (8), um incêndio no Ninho do Urubu matou 10 garotos. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Umbanda

Para a religião afro-brasileira, este é o ano de Ogum, orixá da Guerra, representante da ordem e da lei.

Inivio da Silva Borda – Babalaô de Umbanda do Centro Espírita de Umbanda Xangô Gino e Ogum Beira-Mar, em São Vicente – explica que 2018 foi ano de Xangô, orixá da Justiça.

Dessa forma, foi um ano de muito julgamento e verificação de coisas erradas.

Já em 2019, Ogum vem para executar e abrir caminhos. Está descrito como um ano de muita luta, violência e agitação.

As recentes tragédias podem ser justificadas como o resultado da intervenção do homem, que afeta a natureza e não respeita o meio ambiente.

Em contrapartida, a natureza se defende e responde. Muitos eventos são provocados pelos humanos, que não agem com o respaldo que deveriam.

Borda afirma que os orixás são os maiores defensores do meio ambiente, e há vertentes da umbanda que ligam Ogum ao fogo.

O Brasil, com a nova presidência, está recuperando o conceito de nacionalismo. Ogum, o chefe da falange, é representado pelos militares.

Enquanto a corrupção toma conta, é o momento para retomar a preservação da lei e da ordem.

Marte

Na Astrologia, o regente do ano é o Planeta Vermelho. A associação com os turbulentos acontecimentos pode ser feita por meio da relação que o planeta tem com embates e rupturas de estruturas.

Marte possui a tendência de ser rápido e bruto, trazendo mudanças de dois em dois meses. De acordo com a astróloga Bel Quintal, é necessário refletir e gerar responsabilidade em cada indivíduo.

Quatro elementos

Diversas associações entre os elementos água, terra, fogo e ar e as fatalidades são feitas.

Apesar da morte do jornalista Ricardo Boechat ter sido em um helicóptero, muitos questionam o que pode acontecer ainda pelo ar – ventanias, furacões e até acidentes aéreos.

Em âmbito internacional, destaca-se a onda de frio que atingiu os Estados Unidos. Massas de ar do Ártico chegaram ao país e provocaram mais de 20 mortes no início deste mês, por acidentes de trânsito ou por congelamento.

Na América do Sul, enchentes atingiram o deserto do Atacama, no Chile. Por outro lado, no sul do país, bombeiros lutam para combater incêndios florestais que mataram pelo menos três pessoas e deixaram dezenas de feridos.

A natureza, mais uma vez, mostra a força que possui e aponta para consequências de ações humanas que contribuem para o desequilíbrio natural.

Zezinho de Abreu questiona se os moradores da Baixada Santista estão atentos à importância de preservar o equilíbrio da atmosfera.

A região é banhada pelo Oceano Atlântico e, aos poucos, o mar está tomando de volta o seu espaço.

Além disso, a Costa da Mata Atlântica contrasta com um parque industrial exalando vapor a todo o momento.

Portanto, o que ainda pode acontecer?

Brumadinho

Mais de 160 pessoas morreram e 140 desapareceram em Brumadinho. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

Dramas geram ansiedade 

Diariamente estamos expostos a inúmeros acontecimentos negativos, especialmente no noticiário.

Tanta calamidade gera medo e ansiedade no ser humano, e isso acaba se tornando uma espécie de “vício”.

De acordo com o antropólogo, professor e terapeuta Darrell Champlin, o medo é território do futuro.

É possível afirmar, porém, que o conceito de futuro não existe, assim como o passado.

Para não absorver tantas fatalidades é necessário saber diferenciar eventos passados de potenciais eventos do futuro.

O antropólogo afirma que, muito provavelmente, o que causa o medo nunca acontecerá com o indivíduo.

Champlin pontua formas de lidar com tais notícias de maneira a preservar a própria saúde mental:

1º: Estar no momento.
Ao viver e concentrar-se no presente, o indivíduo não se preocupa com coisas passadas e coisas que talvez possam acontecer.

2º: Consumir menos notícias.
Neste item, é enfatizado o perigo gerado pelas fake news, bem como o exagero da mídia com o intuito de vender.

3º: Aprender práticas de meditação.
O terapeuta ressalta que existem diversas técnicas, em diferentes níveis de complexidade, adequadas para todos os tipos de pessoas. Assim, cabe ao indivíduo buscar a melhor abordagem para si.

Mecanismos da mente

O professor afirma que, por mais que haja consciência de como tais notícias são prejudiciais para a mente, o corpo cria uma espécie de “vício para a desgraça alheia.”

Dessa maneira, a população apresenta sede para ver a tragédia do outro, pois ela gera uma espécie de conforto.

O ritmo atual da sociedade molda seres pilhados, estressados, constantemente preocupados com as mais variadas situações. O risco, existente ou não, gera um alarmismo.

Como consequência, a sociedade torna-se doente e autodestrutiva.

A atual conjuntura tem a ansiedade como uma espécie de padrão. Assim, esse e outros transtornos passam a fazer parte do cotidiano.

As pessoas que vão às ruas predispostas a cometerem atos violentos também estão inclusas nesse processo de adoecimento.

Mudança

Champlin indica processos terapêuticos, de curto ou longo prazos, pois um profissional é capacitado a ajudar no domínio das sensações de angústia e pânico. O professor explica que 95% do nosso comportamento é automático.

Darrell salienta que a maioria dos fatos geradores de medo não acontecerão.

Contrariando o popular “tudo pode acontecer”, ele afirma que “tudo poderia acontecer em qualquer lugar”, de acordo com o histórico de cada um.

É necessário, desse modo, relativizar e ter percepção do que realmente pode ocorrer e do que não pode. Os indivíduos não estão todos propensos aos mesmos tipos de eventos.

Na era da tecnologia, todos possuem um fato gerador de notícias – o aparelho celular.

Portanto, o compartilhamento de informações, relevantes ou não, foi universalizado.

Catástrofes existem desde sempre, porém não eram amplamente divulgadas da maneira que são nos dias de hoje.

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