
Polícia Federal fez buscas na sede da Odebrecht em São Paulo, além do Rio de Janeiro e da Bahia. Suspeita recai sobre o marqueteiro João Santana e sua esposa, que foi o responsável pelas campanhas eleitorais de Lula e as duas de Dilma Rousseff. (foto Rovena Rosa/Agência Brasil)
A 23ª etapa da Operação Lava Jato, chamada de Acarajé, investiga suposto envolvimento do publicitário João Santana do PT e da esposa dele, Mônica Moura, que teriam recebido propina, além de um grupo de funcionários ligados à empreiteira Odebrecht, que teriam feito pagamento de vantagens ilícitas.
Segundo o delegado Filipe Pace, uma carta foi encontrada na casa do engenheiro Zwi Skornicki, preso nesta etapa, onde Santana e a esposa dariam supostas orientações de como enviar dinheiro para a conta deles no exterior.
O delegado explica que Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares teriam feito pagamentos, somando US$ 3 milhões, a Santana por meio de empresas no exterior, ligadas à Odebrecht.
Além disso, o publicitário teria recebido ainda R$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki. O delegado destacou que os investigadores apuram se Santana foi pago com dinheiro de propina em campanhas eleitorais.
Foram expedidos 51 mandados judiciais, sendo cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia; dois de prisão preventiva, quando não há prazo; seis de prisão temporária; 38 de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
Mas quatro suspeitos que tiveram a prisão deflagrada foram localizados no exterior. São eles o casal João Santana e Mônica Moura, e Hilberto Mascarenhas e Luiz Eduardo Soares.
O advogado de João Santana e Mônica Moura, Fábio Tofic, informou em nota que o casal já agendou a volta ao Brasil e chamou de leviana a acusação de que os dois teriam desistido de embarcar para o país nesta segunda-feira.
Segundo ele, foi emitido um bilhete por engano e, por isso, foi cancelado. As defesas de Hilberton Mascarenhas, Luiz Eduardo Soares e Zwi Skornicki não foram localizadas.
Já Odebrecht informou, em nota, que a empresa está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento.
Esta etapa foi chamada de Acarajé porque era assim que os envolvidos chamavam a propina recebida em espécie.
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