O início da circulação da nota de R$ 200 no Brasil começou em setembro do ano passado.
O lançamento da nota que tem um lobo-guará chamou a atenção da população. Afinal, há 18 anos, o País não tinha uma nova cédula.
De acordo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto a implantação da nota teve como critério o contexto da pandemia, haja visto que o distanciamento social, contribuiu para o aumento da demanda da sociedade brasileira por dinheiro em espécie, assim muitas famílias e empresas fizeram saques para acumular reservas.
Um ano depois do lançamento, é raro encontrar uma nota de R$ 200 em circulação, tanto que na maioria das vezes, a cédula é sequer lembrada pelas pessoas.
Razões
De acordo com o economista Dênis Castro, a ausência de circulação da nota de R$ 200 é normal, haja visto que a população está deixando de utilizar o papel moeda, apesar de ainda ser um número significativo.
“As transações eletrônicas estão cada vez mais comum, com o advento do Pix, mercado pago, mecanismos de aproximação e outros instrumentos de pagamento eletrônico a tendência é cada vez mais diminuir as transações em papel moeda. É caro produzir dinheiro e tem uma série de desvantagens no seu uso corrente em comparação aos meios eletrônicos”, citou o economista.
Para se ter uma ideia da popularidade dos meios eletrônicos, o PIX já movimentou R$ 1.6 trilhão, conforme dados do Banco Central, as informações foram apuradas pela agência Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação.
Os números são referentes desde o lançamento da ferramenta em novembro do ano passado.
É importante frisar que a última cédula lançada antes da nota de R$ 200, foi a de R$ 20 em 2002.
Dênis Castro explica que naquele ano, foi observado uma dificuldade da circulação da nota de R$ 20, por conta do custo da produção “Contudo, em 2002, a cédula de R$ 20 tinha um valor aquisitivo significativo e logo se popularizou, diferentemente da nota de R$ 200, outro ponto é que naquele ano as transações eletrônicas eram raras”, finalizou.
Outros fatores
O economista Luciano Simões detalha que a compra média do brasileiro no dia a dia, não passa de R$ 70, ou seja, uma nota de R$ 200 acaba dificultando as transações.
Além disso, o economista enfatizou que a cédula de R$ 200 teve a finalidade de um abastecimento mais rápido e fácil para o transporte monetário do Banco Central com as instituições financeiras (bancos) devido a pandemia.
Outro fator foi o custo da produção.
“Fazer uma nota de R$ 200 na casa da moeda é mais vantajoso do que produzir duas cédulas de R$ 100”, ressaltou Luciano Simões.
Por fim, o economista destacou que a alta na inflação não fará com que a nota seja utilizada em maior escala, já que a cédula pode ser recusada em compras simples, como nas padarias e supermercados, diante da falta de troco.