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Cultura

20 DE JANEIRO DE 2017

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O desmonte da cultura nacional

Somente eleições gerais podem trazer um novo horizonte para a nação brasileira, com o devido afastamento da corja que vem se locupletando há mais de 20 anos. Por Carlos Pinto*

Por: Da Redação

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“Não creio ser um homem que saiba.
Tenho sido sempre um homem que
busca, mas já agora não busco mais
nas estrelas e nos livros. Começo a
ouvir os ensinamentos que meu
sangue murmura em mim”.
(Hermann Hesse)

A tempestade de furtos e roubalheiras que assola o país causaram uma série de desastres que vitimaram boa parte da sociedade brasileira. Entre esses desastres está a saúde pública, que se já era ruim, agora está péssima; a educação, os transportes, a indústria e a agricultura, também sofrem com a caótica situação da economia nacional. Uma economia totalmente devastada por governos incompetentes e recheados de gatunos.

Não há luz no fim do túnel e somente uma total mudança de hábitos pode tirar o país desse atoleiro. Enquanto medidas são adotadas para sanear a economia, todas elas em prejuízo dos mais necessitados, os senhores políticos continuam navegando em mar de almirante, aumentado seus salários e se lixando para a situação do povo. A justiça lenta, não resolve de vez a situação penal dos que já estão devidamente envolvidos e indiciados na gatunagem geral que assola o País, enquanto gastam o tempo aumentando suas regalias.

O povo tem que apertar o cinto, enquanto a classe política está surda para as vozes que vêm das ruas. Somente eleições gerais podem trazer um novo horizonte para a nação brasileira, com o devido afastamento da corja que vem se locupletando há mais de 20 anos. Quando isso ocorrer, torna-se necessário que o povo aprenda a votar e elimine da vida pública todos aqueles cujos nomes estão aparecendo nas investigações da Operação Lava Jato.

Agora, o que estão fazendo com a produção artístico-cultural do Brasil é simplesmente um desmonte, principalmente em cidades e estados governados por tucanos e peemedebistas. Fecham fundações culturais, diminuem as verbas e os setores das secretarias de Cultura, quando simplesmente não as fecham. Nomeiam jejunos para cuidar da arte brasileira, como se os fazedores de cultura fossem os responsáveis pela situação caótica da economia nacional.

E esse desmonte já vem sendo concretizado há alguns anos, quando passaram a colocar ONGs para gerir a maioria dos setores nos órgãos oficiais. Pelo menos em São Paulo, cada ONG dessas virou um cabidão de empregos, com algumas ostentando mais de mil funcionários, gastando os recursos do Estado e pouco produzindo de concreto. Fecham-se oficinas culturais, e desmontam-se orquestras com dezenas de anos de atividades.

Lamentavelmente o que se levou vários anos para construir está sendo detonado pela inconsequência, irresponsabilidade e falta de visão desses governantes caolhos, interessados apenas em obras faustosas, onde a comissão grita mais alto. Pobre país, cujo povo parece que não consegue se levantar do berço esplendido em que está deitado eternamente.

Carlos Pinto é jornalista e ex-secretário de Cultura de Santos

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