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Opínião

08 DE SETEMBRO DE 2016

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A Odisséia da Escrita

O colaborador José Roberto Vasconcelos fala da importância do papel ao longo da história da humanidade.

Por: Da Redação

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Hoje ao digitar nas redes sociais ou ler um livro on line nem fazemos idéia como tudo começou. E qual impacto houve para cada gigantesco passo dado. Pedra, argila, papiro, pergaminho, papel carta ou trapo e o atual papel ou “podre”. Suportes que caminharam com a evolução da escrita.

Nas cavernas, primeiro refúgio humano, desenvolveu-se a pintura rupestre. Ali nossos ancestrais, ao calor e luz do fogo, desenhavam seus propósitos diários, especialmente caças, nas frias paredes rochosas. Acreditavam que o estudo da estratégia da caça, num contexto místico, coroava-a de êxito. Vamos aprender com eles, pois dava certo.

Os povos que correlacionaram signos com significados e compuseram seus alfabetos deram um passo tão grande quanto a roda e o fogo juntos. A partir daí foi possível a plena comunicação e seu registro. Qualquer dúvida era prontamente dissipada lendo-se a integra de cartas, editos e outras escrituras.

A escrituração em argila compôs as primeiras bibliotecas. Nínive chegou a ter 25 mil placas de argila no reinado de Assurbanipal 2. Alexandria chegou a 700 mil itens de diferentes suportes em seu acervo ao longo de sua existência. E Pérgamo padronizou seu acervo em pele de cabra, entre outros animais. Daí surgiu o pergaminho.

Anteriormente, o papiro, trama de fibras da planta, surge no Egito. A capa e o miolo eram amarrados através de dois furos por onde transpassava uma corda.

Graças aos chineses chegamos ao papel, segredo disseminado pelos árabes. Ainda de constituição frágil, para o uso de pena, teve sua formulação alterada do bambu e seda para tecidos mais encorpados. Linho, cânhamo e algodão firmaram o papel trapo. A busca do fabrico de qualidade fez surgir excelências como a Carta Damascena.

Tudo ia bem até que Gutenberg, com seu sistema de impressão por tipos móveis metálicos, causar em pouco tempo uma crise de papel mundial. Em 1805, por conta disso, o jornal Times de Londres instituí prêmio generoso para quem descobrisse um jeito de se fazer papel em alta escala industrial. 56 anos depois surge o papel “podre” que usamos. O adjetivo vem do fato de ser frágil. Dura bem menos em condições ideais e contando-se com a generosidade do universo. Cabe ressaltar que o papel trapo foi o suporte da primeira crônica das terras tupiniquins: A carta de Pero Vaz Caminha. Se não fosse de boa constituição e procedência o suporte não sobreviveria até ser restaurado no século XX. E teríamos perdido nossa certidão de nascimento da Terra do Pau-brasil.

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