A pandemia da Covid-19 teve consequências devastadoras não somente para a saúde mundial, como também para inúmeros setores da economia, como o turismo.
Segundo dados da IATA, Associação Internacional de Transporte Aéreo em português, somente em 2020, o setor gerou perda de US$94 bilhões no PIB da América Latina e Caribe.
Por sua vez, no Brasil, a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calculou que as atividades turísticas hoje somam um prejuízo de R$453 bilhões.
Isso desde o início do lockdown e restrições de viagem, em março de 2020, até outubro deste ano.
Dessa forma, mesmo com tantas dificuldades, líderes do setor já estão vendo o início de uma retomada.
Por exemplo, o diretor geral da IATA no Brasil, Dany Oliveira, afirma que o mercado doméstico.
Ou seja, de viagens dentro do país, apresentou uma recuperação da demanda próxima aos níveis pré-pandêmicos no mês de outubro.
Assim, o número equivale a 84% daquele visto em 2019 – se comparado a outubro de 2020, houve um aumento de 51%.
Portanto, espera-se que a demanda doméstica se recupere totalmente já em 2022.
Aos poucos, o setor de turismo tem retomado suas atividades com aumento da demanda. Foto: Divulgação
Demanda internacional
Por outro lado, a demanda internacional caminha a passos mais lentos.
Assim, ela ainda está 33% do que era em 2019, apesar de ter apresentado uma alta de 166% em comparação com o mês de outubro de 2020.
Durante uma coletiva de imprensa, Oliveira disse:
“Já passamos pelo pior da crise. O caminho para a recuperação começa a aparecer e a aviação mostra sua resiliência mais uma vez. O Brasil precisa aproveitar essa oportunidade única para eliminar as ‘âncoras’ que não nos deixam crescer com liberdade. Esta pandemia mostrou como é difícil viver em um mundo com o transporte aéreo limitado e restrito”.
Portanto, destinos que eram favoritos, como os Estados Unidos e outros países latinoamericanos, estão sendo preteridos pelo viajante brasileiro atualmente por conta da alta do dólar e da variante Ômicron.
Assim, neste verão, quem antes visitava a Disney, hoje está preferindo viagens mais acessíveis – segundo a CVC, o Nordeste é o alvo doméstico principal.
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Dessa forma, ainda de acordo com o diretor geral da IATA no Brasil, a associação está otimista com a nova jornada que será 2022.
“Trabalhamos para a retomada da demanda em todo o país com mais viagens nacionais e internacionais”, completa.
Confiança da população tem ajudado na retomada dos voos. Foto: Divulgação
Otimismo na retomada
Além disso, um dos pontos que fazem com que a IATA acredite nesta retomada é o aumento da confiança dos passageiros no transporte aéreo.
Assim, ainda em outubro, a associação revelou através de uma pesquisa que 68% dos entrevistados acreditam que o risco de pegar coronavírus em um voo é baixo – 5% a menos do que a pesquisa feita em junho.
Já 86% dos entrevistados afirmaram que o requisito de vacinação da companhia aérea para os passageiros a bordo traz mais confiança para viajar – estas mesmas pessoas afirmaram que regras de reembolso simples também ajudam na decisão de viajar.
Dessa forma, porque muitas dessas empresas por aqui têm a má-fama de complicar o reembolso de passagens.
Mais um número interessante da pesquisa é que 59% dos entrevistados consideram uma boa qualidade do ar dentro do avião como essencial para o vôo.
Dessa forma, em junho, este número era 7 pontos percentuais menor.
Por fim, vem-se percebendo um aumento gradativo no número de pessoas que têm interesse em viajar quando a pandemia estiver controlada.
Por sua vez, enquanto em junho apenas 12% das pessoas demonstravam esse interesse, em outubro, 22% afirmaram que pretendem viajar neste caso.