A equipe da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses (Sevicoz), da Secretaria de Saúde de Santos, realizou no último domingo (15) a coleta de sangue de 18 cães que vivem no Morro Nova Cintra.
Sendo assim, a ação é a primeira deste ano e tem como objetivo o controle de leishmaniose visceral canina.
Os tutores dos animais testados foram convidados ao longo da semana para comparecer ao posto montado em frente à Sociedade de Melhoramentos do bairro.
As amostras coletadas terão encaminhamento para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório de referência do estado de São Paulo.
Dessa forma, primeiro é feita a testagem rápida e, em caso de resultado positivo, uma nova análise ocorre por meio de sorologia (estudo do soro sanguíneo).
No entanto, após a confirmação definitiva de infecção pela doença, os animais iniciam imediatamente o tratamento na Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que tem a finalidade de reduzir a carga parasitária, já que a leishmaniose visceral canina não tem cura.
“Este cão vai receber uma coleira repelente, que tem o intuito de evitar que ele seja picado novamente pelo mosquito e corra o risco de transmitir a doença. Ele terá acesso a tratamento veterinário com medicamento específico na Codevida e nós passamos a fiscalizar este animal para o resto da sua vida”, informa o veterinário da Sevicoz, Alexandre Nunes.
Escolha do local
Segundo ele, a escolha do Nova Cintra foi porque já houve registros anteriores de casos da doença no bairro.
Dessa maneira, as testagens para identificar novos casos são feitas periodicamente ao longo do ano.
Portanto, visando o acompanhamento da doença entre a população canina.
“É o que chamamos de vigilância ativa, ou seja, testamos os cães da região mapeada, independentemente se ele tem sintoma ou não. Em 60% dos casos, os animais não têm sintoma, mesmo assim corre o risco de eles transmitirem a doença ao serem picados pelo mosquito”, explica o veterinário.
Doença
O protozoário causador da doença tem transmissão pelo mosquito-palha, sendo mais comum o da espécie Lutzomyia longipalpis.
Todavia, esta espécie não foi localizada em Santos, “mas temos outras espécies de mosquitos que são de mata e adaptadas a áreas de morros. Praticamente, os casos que ocorrem na Cidade são de animais que vivem perto da mata ou entram nela”, acrescenta Nunes.
Contudo, entre 2015, quando houve o registro do primeiro caso, até agora, Santos registrou 134 casos de leishmaniose visceral canina. Atualmente, 38 cães continuam vivos, convivem com a doença, recebem tratamento e há monitoramento.
Sintomas
Os sintomas da leishmaniose visceral canina são: pele áspera com queda de pelo; feridas na ponta da orelha e em volta do focinho e até na pata; emagrecimento e crescimento exagerado da unha. Com o avanço da doença, afetam-se órgãos internos como fígado, baço e pulmão.
Ademais, os casos da doença devem haver comunicação ao Município.
Desse modo, moradores cujos cães apresentem os sintomas citados precisam procurar atendimento veterinário.
Na rede pública, a opção é a Codevida (Av. Francisco Manoel s/nº – Jabaquara), de segunda a sexta, das 8h às 16h.
Para informações pelos telefones: (13) 3203-5593 e 3203-5075.