Nesta semana, os dados divulgados pelo Ministério da Saúde sobre a obesidade voltaram a atenção e preocupação em relação o assunto. Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em todas as capitais brasileiras, uma a cada cinco pessoas está acima do peso.
O crescimento da obesidade também pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão. As doenças crônicas não transmissíveis pioram a condição de vida e podem matar.
De acordo com o cirurgião bariátrico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Joaquim Alves Guimarães Neto, os números revelam um perigoso cenário. “De fato é um número elevado. Se nada for feito com os obesos de hoje eles serão os obesos mórbidos dos próximos estudos e em um curto espaço de tempo”, explica.
Segundo o médico, uma alimentação saudável aliada à prática de atividade física ajudaria a reduzir a incidência dessas doenças.
A pesquisa também comprova a mudança nos hábitos alimentares da população. Apenas um entre três adultos consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana. Esse quadro mostra a transição alimentar no Brasil, que antes era a desnutrição e agora está entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade.
“Os hábitos alimentares dos brasileiros não mudam, comemos poucas frutas e verduras desde sempre. Nós não estamos comendo menos frutas e vegetais hoje do que há alguns anos. Da mesma forma que a carne gordurosa é a preferência nacional há muito tempo. O que tem mudado ao longo dos anos é o aumento do consumo de alimentos refinados, industrializados e produtos “prontos” para uso com alto teor calórico”, salienta o médico.