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07 DE ABRIL DE 2021

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Sem testagem em massa, avanço do vírus da Covid vira enigma

O profissional citou um exemplo concreto: de 2.526 testes rápidos que aplicou em uma ação solidária, 514 foram positivos (20% do total).

Por: Da Redação

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O biomédico Carlos Eduardo Pires de Campos analisou diversos aspectos do setor. Foto: Reprodução

 

Sem a realização de testagens nas pessoas fica impossível controlar a evolução ou não do total de infectados pela Covid-19.

A medida é defendida pelo biomédico e professor universitário Carlos Eduardo Pires de Campos,.

Ele recomenda que os testes sejam aplicados de forma maciça à população para identificar o cenário da doença

“Quanto mais acessíveis eles forem, maiores as chances de identificar previamente quem está ou não infectado”, discorreu o profissional, também delegado titular do Conselho Regional de Biomedicina – 1ª Região.

Campos participou do programa Jornal Enfoque – Manhã de Notícias nesta quarta (7), onde falou sobre o papel  da Biomedicina – e do biomédico – em tempos de pandemia e apresentou dados presentes nos mais de 50 mil testes já realizados pelas unidades do Laboratório Cellula Mater , a qual é sócio-proprietário.

Para reforçar a defesa da testagem em massa, Campos citou uma experiência própria ocorrida em sua empresa.

No final do ano passado, ele promoveu uma ação para oferta gratuita, inicial, de 1 mil testes rápidos – número que subiu para 2.526 posteriormente.

Em troca, as pessoas deveriam levar mantimentos, o que ocasionou na arrecadação de 9 toneladas de produtos.

Do total de testes realizados, 514 – 20,3% – resultaram positivo.

“E mais da metade destas pessoas não tinha qualquer sintoma”, relembra.

O tema, aliás, já fora objeto de alerta pelo médico infectologista Evaldo Stanislau, que participou do programa Jornal Enfoque no final de março.

 

 

 

Desperdício

Ele lembra que houve um desperdício em relação aos testes, que praticamente foram abandonados pela maioria dos municípios, estados e pela própria União, ao contrário do que ocorre em outros países, como na Alemanha, que envia testes à residência das pessoas para fazer o monitoramento.

“Foram milhões gastos em testes rápidos e PCR que venceram sem uso”, lamenta.

Já aqueles municípios que fizeram lockdown e ampliaram a abrangência dos testes tiveram resultados positivos, como é o caso de Araraquara.

A cidade firmou parcerias com a Unesp e Uniara para agilização dos resultados dos testes, onde já foram aplicados 90.263 testes provenientes de ambas as instituições.

A cidade tem pouco mais de 230 mil habitantes.

O profissional também explicou os estudos que têm realizado em razão do banco de dados com testes cadastrados até o momento (cerca de 50 mil).

Um dos pontos que o chamaram a atenção especialmente para identificar o tempo de duração da janela imunológica para o Covid está associado à vitamina D.

“Quem tem uma faixa acima de 25 tem maior tempo de duração da imunidade do vírus do que aqueles com indicadores menores”, relata o profissional, com base no banco de dados.

“Mas vitamina D está associada ao sol. Por isso, a importância das pessoas pegarem sol seja na varanda ou em outros locais abertos”, salienta.

 

Aumento de casos

Campos também citou a preocupação com o aumento de casos positivados ao comparar a situação atual com o cenário do final do ano passado.

“Na ocasião, de cada 100 testes, 22 eram reagentes. Agora, são 56”, alerta. “Isso é preocupante”, enfatiza.

Não bastasse, ele já identificou a presença simultânea de reagentes positivos em pacientes com Covid e dengue e também chikungunya.

“Já foram oito pacientes que apresentaram ao mesmo tempo Covid e dengue. E dois de Covid e chikunguya simultaneamente”, relata o profissional, que também é coordenador do curso de Biomedicina da Universidade Santa Cecília, de Santos (SP).

 

Futebol

Responsável pelos testes aplicados nos jogadores e equipe técnica do Santos FC, Campos também falou sobre o protocolo exigido pela Federação Paulista de Futebol, mas que vem sendo questionado pelo Ministério Público, o que impediu a volta do Campeonato Paulista até o momento.

“Ele é seguro até 24 horas antes da partida. Mas não dá para assegurar o que o jogador pode fazer neste intervalo”, salienta.

O MP exige que os testes sejam aplicados uma hora antes da partida, o que inviabilizaria sua execução.

Ontem, o atacante Adriano, do Palmeiras, testado positivo com Covid-19, desobedeceu as recomendações do clube para se manter isolado ao levar a mãe ao supermercado.

O caso só se tornou público, pois o atleta atropelou um ciclista na saída do estabelecimento. O clube prometeu multá-lo.

Outro exemplo: há algumas semanas, o também atacante Gabriel Barbosa (Gabigol) foi pego em um cassino clandestino.

Confira o programa completo.

 

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