Farmacêutica alerta para riscos de compras de medicamentos pela internet | Boqnews

Sem aval da Anvisa

31 DE MARÇO DE 2022

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Farmacêutica alerta para riscos de compras de medicamentos pela internet

A farmacêutica-bioquímica Paula Carpes, mestre em Toxicologia, alertou sobre os riscos decorrentes do consumo de medicamentos fitoterápicos que escondem produtos químicos em receita.

Por: Da Redação

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O avanço das vendas de medicamentos pela internet – impulsionadas pela pandemia – coloca em alerta especialistas do setor.

Afinal, entre os produtos comercializados pelas redes tradicionais, a tecnologia permitiu uma explosão de fórmulas milagrosas que oferecem de tudo.

Ou seja, do tratamento da calvície ao emagrecimento rápido, por exemplo.

No entanto, no meio destes produtos, existem medicamentos sem qualquer controle de qualidade, nem aval da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Farmacêutica-bioquímica, professora universitária e toxicologista, Paula Carpes, alerta: quem compra estes tipos de medicamentos está colocando sua saúde em risco.

“Não comprem”, enfatiza.

Ela participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias de hoje (31).

Sem pó do pir-lim-pim-pim

Paula destaca que não existem milagres para um pessoa emagrecer. “Não existe o pó do pir-lim-pim-pim que fará isso”, enfatiza.

Assim, conforme a profissional, o avanço da venda dos produtos fitoterápicos para fins de emagrecimento – que dão a sensação de serem mais naturais pelo uso de ervas entre seus componentes – podem trazer complicadores à saúde.

Isso porque a maioria apresenta componentes químicos não incluídos em suas receitas.

Além disso, não passam por controle de fiscalização nem tem o aval do órgão federal.

“Pelo menos 95% das minhas análises sempre mostram uma fraude”, ressalta.

Ou seja, a pessoa percebe que está emagrecendo mais rápido se ela desinchar, por meio da eliminação de líquidos, o que ocorre com diuréticos.

“Para isso, há sempre um diurético envolvido, mas ele não é natural, nem está descrito no rótulo”, salienta.

Assim, substâncias encontradas em medicamentos como Furosemida – no combate à pressão alta e inchaço – são frequentes.

No entanto, ele aumenta os níveis de colesterol e ácido úrico, provocando crises de gota e aumento do volume urinário.

Ou da Hidroclorotiazida, indicado para pressão alta, mas que pode provocar fraqueza excessiva, tontura, náusea e vômitos, por exemplo.

A farmacêutica Paula Carpes falou sobre medicamentos e temas correlatos durante o Jornal Enfoque – Manhã de Notícias. Foto: Carla Nascimento

Mercado em expansão

Sua preocupação encontra respaldo com dados, pois a demanda tem crescido.

Afinal,  o mercado farmacêutico online prevê expansão.

Segundo levantamento do site Panorama Farmacêutico, o segmento vai aumentar 30% nos próximos anos, índice impulsionado pela pandemia.

Além disso,  27% acreditam que as farmácias online vão realmente se consolidar e o nicho tende a crescer exponencialmente.

Por outro lado, 24% são a favor da probabilidade de que elas vão continuar em alta, mas em um ritmo menor, no período de pós-pandemia.

Os demais 18% acreditam que as redes tradicionais podem incorporar as farmácias online às suas operações.

Qualidade da água

Paula também falou sobre outros temas, como a qualidade da água, conforme estudo Mapa da Água, realizado nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Afinal, a qualidade da água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde.

Na Baixada Santista, apenas Itanhaém teve a qualidade considerada positiva.

Os piores indicadores ocorrem em Cubatão e Bertioga.

Assim, a melhor alternativa seria o consumo de água engarrafada – de boa procedência.

No entanto, Paula também alertou sobre a qualidade da água vendida em garrafa e galões.

Segundo ela, ao comprar o produto,  o consumidor deve ficar atento ao volume de sódio presente nela.

O mesmo vale para o PH da água, que deve ser acima de 5,5.

Alimento – plástico  – calor

Outro tema abordado pela entrevistada é o  aquecimento de produtos dentro da potes e garrafas plásticas, que devem ser evitados, pois muitas vezes o plástico lança o bisfenol A, usado na fabricação de policarbonato, produto químico cancerígeno.

Além disso, ela também falou sobre sua experiência como especialista sobre drogas no Juizado Especial Criminal de Santos, mistura de alimentos (a toranja, por exemplo, interaje com alguns medicamentos), o novo medicamento aprovado pela Anvisa, o antiviral Paxlovid, produzido pela Pfizer, no combate à Covid, o uso do canabidiol para fins terapêuticos e também a descriminalização da maconha.

Confira o programa completo

 

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