Intitulada de Expedição Brasileia – A Exposição, o evento cultural visa convidar o público para conferir 30 fotos que relatam o cotidiano dos imigrantes no abrigo humanitário de Brasileia. Textos informativos serão disponibilizados para que os convidados se contextualizem das principais informações sobre o material exposto. No local, também haverá televisores reproduzindo os vídeos registrados momentos dos imigrantes no abrigo e na cidade.
As informações documentadas em registros fotográficos irão compor uma exposição idealizada pelo estudante e fotógrafo Matheus José Maria com o apoio da Secretaria de Cultura de Guarujá e em parceria com a Unisanta. Os alunos Vinícius Kepe e Jéssica Alves são os responsáveis pelo conteúdo informativo dos textos.
O coquetel de abertura da exposição está marcado para o dia 17/5, na Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, em Guarujá. Na ocasião, o público participará de uma conversa com os estudantes e um historiador para debater sobre os detalhes da viagem e questões da imigração.
No dia 18/7, a exposição seguirá para o município de Cubatão, onde ficará exposta no Parque Anilinas. Os realizadores estão estudando outros locais para que a mostra possa se estender por mais tempo.
Programação
Dia 17/5 a 1/6 – Abertura Exposição Expedição Brasileia (Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande – Guarujá)
Dia 18/7 a 3/8 – Exposição Expedição Brasileia (Parque Anilinas – Cubatão)
A imigração
No dia 12 de janeiro de 2010, a República do Haiti foi atingida por um fenômeno natural de proporção nunca antes registrada na história do país caribenho: um terremoto de magnitude 7, que matou mais de 200 mil pessoas, deixou 300 mil feridas e uma média de três milhões de desabrigadas. Estimam-se que 80% das construções do país – que já era prejudicado pela corrupção política – foram destruídas, agravando a situação de 9 milhões de haitianos, 80% vivendo abaixo da linha da pobreza.
Em dezembro, onze meses depois, alguns haitianos decidiram sair do país para procurar trabalho e recomeçar a vida. Neste processo, as famílias elegiam os mais capacitados e lhe entregavam as últimas econômicas para pagar as despesas da viagem, um valor que chegava a UR$ 2 mil.
Soldados, enviados pelo governo brasileiro para fortalecer as Forças de Paz das Organizações das Nações Unidas (ONU), no Haiti, conquistaram a simpatia do povo caribenho, que logo relacionaram o carisma dos militares com os da população do Brasil. Enquanto os militares arranhavam o creole, umas das línguas oficiais do país – o francês é a outra-, os haitianos dominavam o português. Com isso, o destino para recomeçar a vida já estava definido: Brasileia.