Nem bem terminou a eleição do primeiro turno, o cidadão já se depara com o início do horário eleitoral no rádio e TV, a divulgação de novas pesquisas eleitorais, com empate técnico entre os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff, demonstrando que muita água ainda irá passar pela ponte até o próximo dia 26. Mas os números finais no último domingo (5) servem de subsídios para antever o cenário que se vislumbra no panorama eleitoral da Baixada Santista.
A região manteve o ritmo do restante do Estado, onde o candidato do PSDB Aécio Neves venceu com mais de 4 milhões de votos a segunda colocada, a candidata do PT, Dilma Rousseff. A própria presidente reconheceu que o seu partido teve uma performance abaixo da média no principal estado do País, fato que ajudou a ida de Aécio Neves ao segundo turno.
Seu nome atraiu o eleitorado indeciso que na reta final percebeu nele um nome mais sólido para enfrentar Dilma esvaziando a neopessebista Marina Silva, que demonstrou fragilidade justamente na hora onde só os fortes sobrevivem. A onda antipetista também a derrubou em razão do seu passado com o partido da estrela vermelha e a incoerência em algumas atitudes, fato explorado pelos adversários.
No entanto, em âmbito regional, deve-se destacar que na Baixada a repulsa junto ao governo Dilma foi maior que a média paulista e até nacional. Afinal, Dilma ficou em terceiro lugar, com 253.428 votos (27,3%), perdendo para Marina Silva, com 288.730 (31,1%) e Aécio Neves, com 339.336 (36,5%).
Aécio ganhou em seis das nove cidades da região. Marina liderou em São Vicente e Guarujá, dois dos três maiores colégios eleitorais, garantindo-lhe a vice-colocação regional. A melhor performance de Dilma ocorreu em Cubatão, única cidade da Baixada Santista cuja prefeitura é governada pelo PT. O cenário regional, portanto, difere do estadual, onde Aécio ficou com 44,22% dos votos válidos, seguido por Dilma, com 25,82% e Marina, com 25,09%.
Outros indicadores ajudam a entender a onda negativa aos candidatos do Partido dos Trabalhadores. O governador Geraldo Alcmkin e o senador José Serra, ambos do PSDB, ganharam nos nove municípios. No caso da disputa estadual, o percentual regional de Alckmin superou à média paulista em quase 1 ponto. Além disso, nenhum parlamentar petista da região foi eleito, feito que não ocorria há décadas.
Devemos também relembrar a eleição de 2010, quando a então candidata Dilma Rousseff ganhou por apenas 4 mil votos de José Serra (PSDB) no primeiro turno, graças às vitórias conquistadas em São Vicente, Guarujá, Bertioga e Cubatão. Desta vez, só venceu nesta última.
Por estas considerações, é possível imaginar que o candidato tucano leve vantagem entre o eleitorado da região. Portanto, as lideranças petistas devem correr contra o tempo para mostrar aos eleitores da Baixada as ações realizadas pelo Governo Federal e tentar alterar o cenário do primeiro turno. Se vão conseguir, já é outra história.
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