Avante, avante Jabaquara! // Eu quero ver içar tua bandeira. // Avante, Avante, Jabaquara! // Meu gigante lá da Caneleira // As estrofes compostas por Ercília Centurion Rodrigues Gonzalez exaltam um dos mais importantes clubes do Estado de São Paulo, que celebra, neste sábado (15), 100 anos de vida. O Jabaquara Atlético Clube chega ao centenário – fato louvável no futebol atual – reverenciando as glórias do passado e lutando para voltar a ocupar o posto de destaque no futebol do Estado, vivido em tempos passados – inclusive, com vitórias diante do Santos de Pelé.
A história começa com os imigrantes espanhóis que chegavam a Santos no início do século XX, buscando uma nova vida. Eles se reuniam em agremiações da cidade para manter vivos seus costumes natais. Foram após estas reuniões que surgiram os interesses de se criar um clube que tivesse a cara e o jeito da colônia. Depois da coleta de assinaturas feita por jornaleiros, surgiu, em 15 de novembro de 1914, o Hespanha Foot Ball Club.
Ao contrário do que muitos pensam, a primeira sede do clube não foi o bairro da Caneleira e, sim, o Jabaquara. A primeira partida oficial ocorreu em 1916, contra o Clube Afonso XIII e terminou em 1 a 1. A glória maior ocorreu entre 1918, 19 e 20, quando conquistou a “Taça Grande Café D’Oeste”. Foi a convidada para a inauguração do estádio da Portuguesa Santista.
Com o passar do tempo e o aumento de seguidores, mudou-se para o Macuco. Só que uma grave crise financeira afetou o clube na década de 1940, fazendo com que o terreno fosse vendido. Além disso, mudou de nome por conta da Segunda Guerra Mundial, assumindo o Jabaquara, bairro de criação. Com o dinheiro que sobrou da venda, foi adquirido o terreno onde hoje está o Estádio Espanha, na Caneleira.
A agremiação, junto com o próprio Santos e a Portuguesa Santista, foi uma das fundadoras da Federação Paulista de Futebol, no ano de 1941. Em 1944, teve o melhor ataque do Campeonato Estadual.
As maiores estrelas reveladas foram o goleiro Gilmar dos Santos Neves e Osvaldo da Silva, conhecido como Baltasar. José Maria Marín, presidente da CBF, também atuou no clube nos anos 1950.