Está marcado para segunda (29), na Assembleia Legislativa paulista, o lançamento da Frente Parlamentar de Apoio aos Municípios da Baixada Santista e Vale do Ribeira, justamente as regiões mais carentes do estado.
Conforme as informações oficiais, o objetivo é promover debates e intercâmbio de ideias, intermediando soluções entre os municípios atingidos e o governo do Estado. Trabalho não faltará.
O objetivo, segundo a frente, é buscar a melhoria da qualidade de vida das pessoas, desenvolvimento social, econômico e ambiental. Pelo menos 35 deputados estaduais, de 14 partidos políticos, firmaram o compromisso. Também foram convidados parlamentares federais.
Muito mais que discursos oficiais, espera-se efetivamente que tais regiões sejam olhadas com maior atenção por parte das lideranças políticas. Afinal, é enorme o passivo do Estado e da União em relação aos municípios do litoral e Vale do Ribeira.
Afinal, nossos indicadores estão abaixo da média paulista, reforçando a disparidade social e econômica que se reflete no cotidiano da população, seja em indicadores como transporte metropolitano, habitação e segurança, apenas para citar alguns exemplos.
Levantamento do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), da Fundação Seade, sintetiza um triste cenário: temos o pior índice de longevidade entre as regiões do estado, indicador que revela nossa fragilidade em relação às condições de atenção à saúde da população, sob as mais variadas formas.
Os números também reforçam que Santos é uma ilha da fantasia. Dentro da própria cidade há uma disparidade social incrível. Temos um dos maiores orçamentos do País, mas abrigamos a maior favela sob palafitas onde residem mais de 20 mil pessoas em condições subumanas na Zona Noroeste.
A Cidade está em 14ª lugar no ranking da riqueza, mas ocupa a 283ª posição no índice escolaridade e 318ª no âmbito de longevidade. Assim, somos um município rico, mas quem tem dinheiro vai buscar atendimento fora daqui. O melhor caminho é a Imigrantes, rumo à Capital.
Cubatão também segue a mesma linha. É a 7ª colocada no índice riqueza, mas ocupa a 589ª colocação em longevidade e 574ª em escolaridade. Situação não diferente de Guarujá: 40ª colocação no tópico riqueza e 629ª em escolaridade e 607ª em longevidade. São Paulo tem 645 municípios. Vergonha!
Esta situação atual é reflexo de políticas públicas equivocadas ao longo do desenvolvimento regional, com muitas negociatas nos bastidores da política que escoaram por caminhos obscuros e ausência de se colocar em prática planos técnicos nunca cumpridos – ou apenas de forma parcial – pelos governantes.
A população está cansada de tanto bla-bla-blá das autoridades. Espera-se apenas que esta frente não seja mais uma tentativa de fazer oba-oba, ganhar espaço na mídia e cair no esquecimento ao longo do tempo, como outras ações já realizadas no passado.
Deixe um comentário