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04 DE JUNHO DE 2010

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Apenas 1,8% dos santistas reciclam

O município possui coleta seletiva há 20 anos. Hoje, cerca de 1,8% da população participa da reciclagem, o que dá cerca de 350 toneladas por mês de resíduos, além do volume que não é contabilizado pela prefeitura. “A questão do resíduo é estratégica. Como lidar com este resíduo se queremos viver a terceira onda de […]

Por: Da Redação

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O município possui coleta seletiva há 20 anos. Hoje, cerca de 1,8% da população participa da reciclagem, o que dá cerca de 350 toneladas por mês de resíduos, além do volume que não é contabilizado pela prefeitura. “A questão do resíduo é estratégica. Como lidar com este resíduo se queremos viver a terceira onda de desenvolvimento?”, indaga o secretário.


“Nosso plano é criar 100 pequenos PEVs – Posto de Entrega Voluntária – que funcionarão em 80 escolas e mais 20 postos a serem escolhidos. Iremos georreferenciar estes locais, colocando contêiner  onde a pessoa pode levar seu resíduo para reciclar. A partir de setembro viveremos uma mudança, por conta da lei de banimento das sacolas plásticas do comércio santista, material que é uma aparente praticidade, mas gera um dano ambiental severo”, explica.


“Quando  aprovarmos esta lei, evitando até a sacola oxiobiodegradável, iremos banir de fato esta sacola. Quando não existir mais esta facilidade, queremos que as pessoas pensem de qual maneira iremos gerenciar o que se joga fora. Isto provavelmente mudará a cara do nosso resíduo”, acredita.


Óleo
Outra questão importante também é o descarte do óleo de cozinha.  Santos já possui diversos projetos como o Óleo na Feira – com agenda até o final do ano, além do recente projeto Gari do Óleo, que passa nas casas das pessoas para recolher o resíduo.


Mangues
Todo o lixo tem um efeito destruidor principalmente nas áreas de mangue. Considerado berço de desenvolvimento para muitas espécies marítimas, este ecossistema tem papel fundamental na cadeia produtiva de caranguejos e  outros animais. Para o estudante de Biologia Marinha Willian Rodriguez Schepis, um dos associados da Ong EcoFaxina, este ecossistema – que é uma área de preservação permanente – deveria ganhar maior importância.


“No mangue do Dique Vila Gilda, por exemplo, é impressionante a quantidade de lixo que retiramos de lá. Toda vez que fazemos a campanha, dá uma vontade enorme de chorar de desespero”, conta Luana Santana, também participante da Ong.


“Além de todo o problema de saneamento por conta das palafitas, com o sistema de esgoto caindo direto no mangue, também existe a questão dos próprios moradores jogarem lixo, entulho e da poluição dos canais que caem direto neste ecossistema.


“O lixo acumulado é enorme. É posível encontrar camadas e camadas de sacolas plásticas na terra. Mesmo se todos pararem de jogar, demoraria anos para que o local ficasse novamente limpo”, afirma Schepis.
Ao todo, contabilizando as 15 ações do grupo, já foram coletadas praticamente 17 toneladas, ou para ser mais exato, 16.949 quilos de resíduos em ambientes aquáticos, como o próprio Dique da Vila Gilda, a Lagoa da Saudade – que foi realizada neste último domingo (30) – e no manguezal do Rio do Bugre. Os materiais mais encontrados são sacolas plásticas, remédios, fraldas e garrafas pets.


“Pretendemos não só trabalhar com a conscientização, mas também criar mecanismos para envolver a comunidade nesta luta. Temos um projeto para desenvolver um galpão na Zona Noroeste, criando uma cooperativa para a triagem deste material. Além de oferecer atividades e oficinas para a formação de agentes de coleta de resíduos”, conta Schepis.


Outra meta, de acordo com o estudante, é que com um trabalho permanente a Ong consiga realizar um trabalho de limpeza e reflorestamento destas áreas, o que não é possível atualmente por conta da poluição.


Condema
Para debater os problemas, buscando soluções e propondo políticas públicas existe o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), além de Ongs e projetos sociais nesta área. Há 20 anos no conselho, o ambientalista Nelson Rodrigues defende que para que o espaço exerça realmente sua função é necessário que ele se torne autônomo e deliberativo.


“O que não acontece hoje. Não há necessidade de, por exemplo, ter mais de um representante do Governo. As reuniões são marcadas normalmente de manhã em horário de trabalho dos representantes, mas sem a participação da sociedade que não pode faltar ao trabalho para ir em uma reunião do Condema”, explica.


Rodrigues acredita que são os conselheiros, representantes da sociedade civil, que devem apontar e dizer ao governo quais devem ser as políticas públicas na área de meio ambiente de forma geral.

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