O Sindicato dos Professores de Santos e região (Sinpro) tem recebido diariamente denúncias de professores de escolas e até universidades particulares que não receberam as férias, que deveriam ser pagas 48 horas antes do início das mesmas. Ou seja, até o final de junho.
Afinal, julho é o mês de férias coletivas da categoria.
Até o momento, foram 17 unidades educacionais particulares que não cumpriram a obrigatoriedade, conforme denúncias relatadas por docentes e contabilizadas pelo sindicato.
Trata-se de um número recorde.
A gravidade da situação é tanta que o Sinpro colocou ontem (5) em manchete no seu site um texto sobre o assunto, sob o título Absurdo.
Nota
Assinada pelo presidente da entidade, Walter Alves, a nota ressalta que julho é o mês de férias coletivas.
“E elas devem ser pagas, acrescidas de um terço, 48 horas antes de seu inicio. Isso é o que diz a lei e ela não foi mudada pela reforma”, enfatiza.
“No entanto, os patrões continuam desrespeitando e se utilizando de práticas que não condizem em nada com a natureza de suas atividades. A lista de dribles, sonegações, engodos, mentiras e safadezas só cresce”, lamenta.
Ele enumera várias atitudes por parte de escolas que não estariam cumprindo a legislação.
Com atuação metropolitana, incluindo o Litoral Norte e parte do Vale do Ribeira (atuação de Ubatuba a Cananéia), o sindicato informa que nas denúncias recebidas até o momento há até uma universidade em Santos que não cumpriu o acordo coletivo até agora.

O Sinpro recebeu, até o momento, 17 denúncias de escolas que não teriam pago as férias, conforme previsto pela convenção coletiva. Foto: Divulgação
Confira os casos apurados pelo Sinpro
1 – Simplesmente não pagam os professores e, exigem com ameaça de demissão, que assinem os recibos de férias;
2 – Pagam apenas um terço constitucional depois de uma ladainha sobre inadimplência, falta de resultados, não pagamento das mensalidades etc;
3 – Bondosos que são, entregam aos professores um cheque pré-datado: “deposite, mas só se você estiver precisando muito, por favor”;
4 – Prepotentes, do alto do seu “conhecimento administrativo e financeiro”, solicitam aos professores que não recebam antecipadamente o valor das férias pois poderão gastá-lo e quando voltarem ao trabalho, em agosto, não terão dinheiro.
O patrão quer zelar pela vida financeira do professor, imaginem…
5 – Entrega o cheque ao professor, o mesmo professor devolve o valor em “dinheiro”.
Sabe-se lá como essa operação será contabilizada.
Será esse o “caixa dois” das escolas?
6 – Reúnem os professores e num ato de fé explicam “as enormes dificuldades financeiras da escola”.
Culpam o governo, os pais, o país, e pedem em nome da “nossa família” que os professores assinem um documento abrindo mão do direito de receber antecipadamente as férias (“assim o Sindicato para de perseguir a escola”).
O Sinpro reforça que os docentes não devem assinar qualquer documento abrindo mão deste direito.
Denúncias
Docentes que queiram fazer denúncias sobre o assunto não precisam se identificar.
Basta acessar este link .
Para isso, apenas mencione o nome da instituição, local e relate a situação encontrada.