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12 DE MARÇO DE 2010

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De olho nas peruas

Não são todos os pais que têm como levar as crianças para a escola diariamente. Outros até têm meios, mas optam em deixar os carros em casa. O auxílio a todos esses casos são os famosos ônibus escolares, ou, como são tradicionalmente chamados, as “peruas”, que, além de ajudar pais sem tempo ou carro, colaboram, […]

Por: Da Redação

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Não são todos os pais que têm como levar as crianças para a escola diariamente. Outros até têm meios, mas optam em deixar os carros em casa. O auxílio a todos esses casos são os famosos ônibus escolares, ou, como são tradicionalmente chamados, as “peruas”, que, além de ajudar pais sem tempo ou carro, colaboram, de alguma forma, com a retirada de alguns outros veículos das ruas e das imediações escolares, onde, no princípio e no final da manhã, geralmente há um acúmulo de carros que acaba prejudicando a fluidez do tráfego.

A importância do incentivo ao transporte escolar pode ser vista, inclusive, no Código de Trânsito Brasileiro, que possui um capítulo (XIII) exclusivo para regularizar o trabalho das peruas em todo o País. Logo no primeiro artigo do capítulo, o 136, já é definida a obrigatoriedade de cadastro prévio dos veículos destinados ao serviço, dentro de um limite pré-estabelecido. Em  Santos, por exemplo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), há um máximo de 200 permissões autorizadas, sendo 170 ativas.

No entanto, não são poucos os veículos que atuam como condutores escolares sem a devida documentação. “Tratam-se de peruas que não passaram por uma avaliação de segurança e de documentação, o que pode ser perigoso para as crianças que por ventura as utilizem”, explica a gerente de Transportes Especiais e Equipamentos Urbanos da CET, Patrícia Azevedo. Segundo ela, é importante que os pais, especialmente os de “primeira viagem”, atentem-se a alguns detalhes para diferenciar os veículos legalizados dos não-cadastrados e avaliados.

O primeiro fator, de acordo com Patrícia, é a tarja  amarela que envolve o ônibus/van, constando o registro da permissão junto à CET. Os motoristas, que, conforme o Código de Trânsito Brasileiro, devem ter idade acima dos 21 anos e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria D, devem  portar o registro de condutor e o certificado de permissão, também emitidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego. “O ideal é deixá-los visíveis, mas a gente sabe que é arriscado deixar documentos à mostra em um ônibus com crianças. De qualquer forma, é importante que os pais solicitem aos motoristas que estejam e mostrem os documentos”, pondera.

Os registros e as permissões devem ser atualizados anualmente, e, a cada seis meses, o veículo deve passar por uma verificação na CET. “São avaliados desde detalhes mais comuns, como a qualidade dos freios, se os estofamentos estão adequados e em bom estado, os pneus, se o extintor de incêndio está dentro do prazo de validade, a outros mais específicos, como conferir se o tacógrafo está instalado e se as janelas possuem uma abertura máxima de 10 centímetros”, explica a gerente de Transportes Especiais e Equipamentos Urbanos da CET. “Mas nesses casos, há uma verificação ainda mais rígida do que a usual”, adiciona.

Caso aprovado, o veículo recebe um selo laranja, que deve estar visível, no vidro frontal, e também deve ser atentado pelos pais. No entanto, caso a perua ainda não esteja com o selo, há a possibilidade de que esta tenha ganho uma prorrogação do prazo  em virtude de algum possível reparo de última hora que esteja sendo feito no carro. “Essa prorrogação só é concedida em casos onde o reparo não vá prejudicar a segurança das crianças.  De qualquer forma, o motorista fica com um documento que certifica que ele ainda não passou pela vistoria  e determina o novo prazo. Em caso de dúvida, os pais podem solicitar esse documento”, afirma Patrícia.

Uma outra recomendação, além da atenção aos detalhes, é buscar informação nas próprias escolas sobre peruas que costumem trabalhar com estudantes da instituição. E como em muitas outras situações da sociedade, o boca-a-boca e a indicação podem se tornar bons aliados na busca pelo meelhor serviço. “Algumas escolas possuem um quadro ou uma lista de motoristas que estão lá há tempos e são conhecidos por pais, alunos e professores. Passam mais confiança no trabalho”, avalia a gerente da CET.

Além do que diz respeito à estrutura e à segurança proporcionada pelo veículo escolar, o serviço prestado também é importante, e deve ser bem observado. Caso os pais possuam alguma reclamação sobre atraso ou atendimento ruim, basta entrar em contato com a CET, pelo 0800-7719194, que será feita uma avaliação do profissional, ele será chamado para uma reunião na Companhia. “Em casos de novos problemas, podem haver multas e até a apreensão do veículo”, aponta Patrícia.

Curso
Profissionalizar o trabalho dos motoristas prestadores de serviço e limitar reclamações comportamentais e incentivar mais pais a se utilizarem do transporte escolar, segundo o presidente da CET, Rogério Crantschaninov, motivaram a criação do Curso de Qualidade na Condução de Veículos Escolares, que integra o Programa Transporte Solidário. 

O curso é gratuito e aberto aos permissionários licenciados pela Prefeitura de Santos, que podem se cadastrar das  8 às 16 horas, na sede da CET, à Avenida Rangel Pestana, 100, Vila Mathias.

As turmas recebem treinamento na UNIP Vila Mathias, situada também na Rangel Pestana, 147, em frente à sede da empresa. Além de instruções para aprimorar a qualidade do atendimento, o público também recebe noções de primeiros socorros, ministradas por membros do Corpo de Bombeiros.

Conforme Crantschaninov, a profissionalização do serviço – e sua consequente evolução – incentivarão, automaticamente, a confiança dos pais em utilizar o serviço de transporte escolar. “Identificamos que, hoje, há uma ociosidade de pelo menos 30% nas peruas. Ou seja, é como se, a cada 10 bancos, três estivessem vazios. Há um potencial que pode ser explorado e estimulado”, avalia. 

“Isso é parte de um quebra-cabeça ainda maior, que é a questão do transporte em Santos propriamente dito”, completa. Os participantes recebem coletes e ganham um selo que pode ser adicionado ao veículo.

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