A Semana Leia Santos 2025 ocupa diversos pontos da Cidade de quinta-feira (23) a 31 de outubro, com ampla programação gratuita. O evento, que integra o calendário oficial do Município, celebra os 19 anos do projeto Leia Santos e faz homenagem especial ao seu criador, o poeta e servidor público Valdir Alvarenga, falecido em julho.
A semana também marca os 43 anos da Revista Mirante, publicação histórica da literatura marginal fundada por Alvarenga em outubro de 1982.
Leia Santos
Desde 2006, o Leia Santos coloca livros e gibis para circular pela Cidade. A mecânica é simples e eficaz: a população doa livros, a equipe do projeto faz a triagem e limpeza das publicações, e uma biblioteca móvel e displays fixos espalham essas obras gratuitamente por todos os bairros. Em quase duas décadas, foram mais de 800 atividades de rua e 280 mil obras colocadas nas mãos dos santistas, consolidando-se como uma das políticas públicas de cultura e leitura mais queridas e eficientes da cidade.
“O Leia Santos é uma das ações mais transformadoras da nossa cidade. O projeto democratiza o acesso à leitura, forma novos leitores e reforça o papel da Cultura como ferramenta de inclusão e cidadania. Cada ponto de leitura, cada livro compartilhado, é um convite para que mais pessoas descubram o poder das palavras, do conhecimento e da imaginação”, afirmou o secretário de Cultura, Rafael Leal.
23/10 (Quinta)
Abertura Poética
Das 19h às 21h, na Biblioteca Mário Faria (Av. Bartolomeu de Gusmão, s/nº, Aparecida).
A Sociedade dos Poetas Vivos abre a semana com um encontro especial, dedicado à leitura de poemas de Valdir Alvarenga.
24/10 (Sexta)
Leia Santos no Morro da Nova Cintra
Das 10h às 14h, na Praça Guadalajara (Morro da Nova Cintra).
O projeto Leia Santos leva sua biblioteca móvel com livros e gibis gratuitos, além de um varal de poesias do homenageado.
29/10 (Quarta)
Dia Municipal da Doação de Livros e do Incentivo à Leitura
Das 15h às 19h, no jardim da praia, em frente à Biblioteca Mário Faria (Av. Bartolomeu de Gusmão s/nº, Aparecida), uma tarde inteira de atividades literárias:
Distribuição de livros e gibis pelo Leia Santos.
Varal de poesias de Valdir Alvarenga.
Feira literária com escritores da região, como Luiz Antonio Canuto (com os livros “Diário do Labirinto”, “26 Brevíssimos Poemas” e “O Nascer de uma Cidade: as origens de Santos”), Gabriel Godinho Sampaio (com os livros “Exidium” e “Tecnomaquia”), Izilda Guimarães (com o livro “Munanguinha”), Irene Estrela Bulhões (com o livro “O Pequeno Marginal” e as últimas edições da Revista Mirante), Maria José F. Goldschimid (com os livros “Lua Rouxinol”, “Territórios Invisíveis” e “O Sebo e a Pele: O livro procurante de si mesmo”) e Graziela Santos (com o livro “Graziela Entrelinhas”)….
16h – Sarau Alvarenga, com Vieira Vivo e Cláudia Brino, da editora Costelas Felinas.
17h – Cantos Literários, com o tema “Valdir Alvarenga – O Mirante da Poesia”. Na apresentação do grupo haverá leitura de poemas e referências à trajetória de Alvarenga, como incentivador da leitura e na criação da Revista Mirante. O grupo “Cantos Literários” é formado por Eunice Tomé, Clara Sznifer, Plácido Pereira e Nadja Soares.
18h – Documentário “Pescadores de Palavras”, da diretora Madeleine Alves, seguido de bate-papo. O filme mergulha na literatura marginal da Baixada e traz depoimentos do próprio Alvarenga.
31/10 (Sexta)
Encerramento no Centro Histórico
Das 10h às 14h, na Praça dos Andradas (Centro Histórico), o encerramento conta com:
Biblioteca móvel do Leia Santos.
Varal de poesias de Alvarenga.
Exposição de antigos exemplares da Revista Mirante, organizada por Irene Bulhões e Antonio Canuto.
Valdir Alvarenga, o poeta do mirante
Santista do Morro da Penha, Valdir Alvarenga nasceu em 1951, e tinha uma relação poética com a Cidade. Sua infância foi vivida no alto do Morro da Penha, seu primeiro “mirante”, de onde via “a Zona Noroeste, o cais, os navios”. Essa visão bem santista ecoaria anos depois no nome da Revista Mirante, que fundou em 1982 e editou até este ano com a esposa, Irene Estrela Bulhões, e o amigo, Luiz Antonio Canuto.
A paixão pela palavra começou cedo, aos 15 anos, através de uma biblioteca volante que estacionava em frente ao Cemitério do Saboó. Foi ali que descobriu Cecília Meireles, Fernando Pessoa e Kafka, e começou a escrever em caderninhos que emprestava para as mocinhas do bairro.
Funcionário público desde 1984, foi na Secretaria de Cultura que sua veia criativa floresceu em projetos que mudaram a relação da Cidade com os livros. Ele foi o idealizador do Varal de Poesia, pendurando poemas em barbantes na Praça Mauá, e do Adote um Livro, resgatando obras que seriam descartadas pelas bibliotecas. As duas iniciativas pioneiras são a semente do que hoje é o Projeto Leia Santos.
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