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Opiniões

06 DE FEVEREIRO DE 2014

Artigo de luxo?

Por: Fernando De Maria

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O assunto tomou conta do cotidiano das pessoas. Deixou para trás temas como a violência, brigas entre torcedores, escândalos políticos, enfim notícias que já fazem partem do cotidiano, que, infelizmente, caem no esquecimento popular. Mas o fato de termos o janeiro mais quente da história (e fevereiro no mesmo caminho) toma conta do bate-papo coletivo. 
Nunca se vendeu tanto aparelho de ar condicionado. Ventiladores já não dão conta do tempo abafado. Mesmo o Tribunal de Justiça recomendou aos advogados que deixem de lado o terno e gravata.
Termômetros ultrapassam logo nas primeiras horas da manhã os 32 graus, chegando a 37 ou mais, sem contar a sensação térmica, alimentada pelos escapamentos dos carros, bloqueio dos ventos pelas edificações, entre outros obstáculos.
Diante deste cenário, temos o retorno de milhares de crianças e adolescentes às aulas. Imagine, leitor, um professor tendo à frente 30,35 alunos inquietos tentando ensinar tendo apenas como brisa – quando existe – um mero ventilador que não atende as necessidades coletivas. Um verdadeiro forno, cuja temperatura vai subindo com o passar da hora. 
Medidas paliativas estão sendo  oferecidas, como a não realização de atividades físicas nas quadras das escolas, piscinas provisórias para colocar nas unidades de educação infantil, enfim, meras ações para minimizar os transtornos provocados pela onda de calor. É pouco.
De forma geral, as secretarias de Educação pouco dão importância à climatização das salas. Ar condicionado deixou de ser artigo de luxo faz tempo. E se queremos ter um ensino de qualidade – como sempre é apregoado, mas não cumprido – este tipo de situação precisa ser revista. Não basta apenas ter climatização nas salas de informática ou na dos professores e diretoria (quando há!).
 
As escolas públicas são as que mais carecem deste equipamento. (algumas instituições particulares também não oferecem, mas é mais fácil para os pais exigirem). No Estado, raras são as unidades que oferecem este benefício. E quando existem, são graças às ações da direção, como no Suetônio Bittencourt, por meio de uma organizada APM – Associação de Pais e Mestres.
A situação não é diferente nas unidades municipais. Indagadas pelo colunista, apenas as assessorias de comunicação de Guarujá e Santos responderam às perguntas sobre a climatização nas escolas. Em Guarujá, 80% das unidades já contam com o beneficio, cujo processo, iniciado em 2011, será concluído neste semestre.
Em Santos,  das 81 unidades municipais de Educação apenas 5 (6%) contam com a melhoria. A Seduc vai lançar um processo de licitação para comprar 1000 ventiladores. Quem sabe, cheguem no outono. Outros 300 estão sendo instalados. A promessa é que até 2015 todas estejam climatizadas. Uma alternativa de viabilidade econômica em relação ao aumento do consumo de energia seria o uso do gás natural, já presente em universidades e hospitais de Santos. 
Enfim, está na hora dos gestores da Educação, habituados em suas salas – com ar condicionado  – a incluir em suas prioridades este tipo de serviço. Se querem uma educação de qualidade, ela passa por melhores condições de trabalho. 

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