Levantamento realizado, após detalhada apuração de números disponíveis no portal da transparência da Segurança de Segurança Pública, revela o crescimento do volume de aparelhos celulares roubados na Baixada Santista.
Somente entre os 10 primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado já é possível notar um crescimento de 2,8% no total de casos – levando em consideração apenas as vítimas que prestam queixas nas delegacias.
Muitas, porém, diante da demora, da falta de profissionais e condições mínimas para atendimento nas delegacias, acabam desistindo de registrar a queixa, escondendo uma realidade ainda pior.
Apenas sob a ótica oficial, os números já assustam. Uma média de um aparelho é roubado a cada 30 minutos na Baixada Santista. Um número impressionante.
E pior: o volume de aparelhos recuperados é pífio.
Ou seja, a probabilidade de um cidadão recuperar seu bem beira o zero.
Resta, portanto, além do susto – e do risco de levar uma bala – arcar com a dívida das parcelas ainda pendentes do aparelho e assumir a despesa do novo equipamento.
Chama a atenção, porém, que esta é uma indústria crescente.
Se antes era o roubo a tênis e máquinas fotográficas, agora é a vez dos celulares, mas pouco se vê em relação às ações para conter a receptação.
Afinal, se há interesse pelo roubo, sinal que existe público para consumir tais equipamentos.
A lógica é tão cristalina como a água, mas, infelizmente, nossas autoridades continuam enxugando gelo, ou seja, contabilizando os casos. E só.
Ferros-velhos
Ora, o governo paulista endureceu as regras com os ferros-velhos, muitos deles pontos de receptação de peças de carros roubados, por que não fazê-lo em lojas que atuem neste segmento?
Uma atuação mais focada nestes estabelecimentos, especialmente os clandestinos, é uma forma de atacar a fonte entre aqueles com interesse na receptação destes produtos.
Não precisa ser gênio para perceber isso.
Além disso, campanhas deveriam ser difundidas pela mídia para alertar os riscos que a compra de peças e equipamentos mais baratos podem esconder uma fatalidade.
Na região, somente neste ano, 20 pessoas já foram vítimas de latrocínio – roubo seguido de morte.
Por isso, trabalhos como o desenvolvido pela ONG Luann Vive, em homenagem ao jovem que foi assassinado em um ponto de ônibus no Gonzaga após ter seu celular roubado, servem como referência e colocam luz a um tema que precisa ser discutido e amplificado pela sociedade.
Afinal, o que aparentemente é barato – e milagres neste segmento inexistem – pode esconder um crime.
E a sociedade precisa combater isso, pois a próxima vítima pode ser o próprio comprador de hoje.
Para reflexão.
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