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26 DE JANEIRO DE 2019

Cuidar para avançar

Por: Fernando De Maria

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‘Só tem futuro aquele que não esquece do passado’.

A frase é do prêmio Nobel de Literatura, Rabindranath Tagore, e sintetiza bem a importância de preservamos a memória para evitarmos que erros de outrora sejam repetidos no futuro.

Se isso fosse levado em consideração ao longo dos séculos, certamente nosso patrimônio histórico seria muito maior do que hoje – a despeito de ainda mantermos edificações seculares que nos remetem ao passado no Centro Histórico, a ponto de sermos referência para gravações de comerciais e séries graças ao trabalho da Santos Film Comission.

 

No entanto, quem circula pelo Centro percebe um processo avançado de degradação do patrimônio histórico, sejam em edificações particulares ou públicas.

São várias as calçadas interrompidas, como na Senador Feijó e Braz Cubas, em razão da queda das fachadas de imóveis antigos. Parecem escombros de guerra.

Ruas centrais neste cenário, a XV, mas especialmente a do Comércio, mostram sinais de abandono e decadência, deixando de lado o ímpeto de um passado recente.

É triste circular pelas ruas e perceber este esvaziamento.

A despeito da crise econômica dos últimos anos que contribuiu para tal situação, há a necessidade de criatividade e ações para voltar a embelezar esta importante região da Cidade.

Cabe, portanto, ao Poder Público criar condições para atrair empreendimentos e mudar a atual realidade do local, que, ao cair da tarde, fica às moscas.

 

Valongo

Para provar que é possível alterar esta situação, o Valongo, que reúne o secular santuário, estação de trem, ponto de parada do bonde e o Museu Pelé, é um exemplo.

Estes atrativos ajudaram a estimular empreendedores que resolveram apostar no bairro.

Lá, já funcionam barbearia, bistrô e bares temáticos.

Ainda que de forma tímida, mas é um começo.

Assim, por que não atrair investimentos, como o discutível Centro de Convenções e Pavilhão de Exposições que irá para a Ponta da Praia?

 

Processo de abandono

Por que o bairro histórico foi preterido?

Assim, no Centro, é possível identificar edificações recuperadas, como as sedes da Associação Comercial e da Construtora Phoenix, com outras que necessitam de recuperação, como a Ordem 3ª do Carmo, patrimônio nacional.

No entanto, nenhuma situação é tão vexatória como o estado lastimável do Outeiro de Santa Catarina, marco da fundação de Santos, um ícone histórico.

Além disso, o imóvel – a despeito do esforço da Fundação Arquivo Memória de Santos em retomar suas atividades – foi invadido.

Foram furtados cabos e outros bens, como a enorme placa de bronze, o registro mais antigo da Cidade.

Um pedaço da história de Santos que sumiu.

Braz Cubas

A poucos metros, o monumento a Braz Cubas já sofreu avarias.

A Casa da Frontaria Azulejada, fechada, dá sinais de deterioração

Uma cidade que se orgulha do seu passado não pode abandoná-lo.

História é riqueza.

Em todos os sentidos.

Oxalá, os mandatários desta Cidade se atentem à nossa história para cuidar, avançar e inovar em projetos que unam passado, presente e futuro.

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