Fórum da Cidadania | Boqnews
Foto: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

Opiniões

17 DE NOVEMBRO DE 2017

Fórum da Cidadania

Por: Fernando De Maria

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Discrepâncias sociais, uma triste realidade da região. Foto: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

Neste final de semana (dias 18 e 19) representantes de entidades da sociedade civil, especialistas, educadores, ex-ministros, profissionais das mais diversas áreas estarão reunidos no campus da Unifesp, na Vila Mathias, para discutir, analisar e elaborar um documento que aponte os caminhos para diminuição da desigualdade social que atinge em cheio a Baixada Santista, repleta de contrastes, a exemplo do próprio País.

O Fórum Social da Baixada Santista – Resistência Popular, Participação e Justiça Social envolverá centenas de pessoas que debaterão e mostrarão exemplos de que é possível unir esforços por uma sociedade mais justa e equalitária.

O documento a ser firmado ao final do encontro tem inspiração no Fórum Social Mundial, cuja próxima edição acontecerá em março do próximo ano em Salvador. Boas práticas tiradas daqui, com propostas inovadoras de economias solidária e criativa, certamente poderão contribuir para o evento nacional.

É claro que para a discussão de temas regionais não se pode desconsiderar os cenários político e econômico nacionais.

É impossível ignorar o atual governo com credibilidade próxima ao chão e sem respaldo popular que insiste em criar mais dificuldades para as populações desfavorecidas, a ponto de provocar mudanças até no conceito de trabalho escravo aceitando os desmandos e interesses da astuta e influente bancada ruralista.

Ou a proposta indecente do Ministério da Saúde em alterar o escalonamento dos reajustes dos planos de saúde para quem tem mais de 60 anos, confrontando o Estatuto do Idoso e escondendo o lobby do setor em benefício de parlamentares. Esquecem, aliás, que os reajustes praticados pelos mesmos superam, de longe, qualquer índice inflacionário.

Baixada Santista, muito longe da Cidadania

A Baixada Santista é retrato fiel da desigualdade que impera no País. Somos uma região rica, com IDH de primeiro mundo em algumas regiões, mas convivemos com a extrema miséria na periferia, seja no Dique da Vila Gilda, onde se concentra o maior aglomerado de palafitas do País, seja em bairros distantes onde a palavra cidadania não faz parte do dicionário.

E como resultado: a violência silenciosa que impera em determinadas localidades, geralmente esquecidas pela mídia.

Apesar de sermos responsáveis por 1/4 de toda a movimentação das cargas que passam pelo País, nossos indicadores são vergonhosos. A taxa de mortalidade infantil é a pior do Estado, assim como a da mortalidade materna.

Os leitos públicos hospitalares são menores que a média de outras regiões paulistas. Representamos 4% dos eleitores do Estado, mas os recursos na área de saúde destinados para cá estão bem aquém deste percentual.

Portanto, o evento, aberto ao público, é importante. Somente com pressão junto aos governantes e ações coletivas poderemos iniciar uma trajetória melhor para nossos descendentes, de forma que a desigualdade social diminua no futuro.

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