A Educação é considerada prioridade e promessa de campanha de dez em cada dez políticos. Com verbas garantidas pela Constituição, ela não tem merecido a atenção necessária e compatível com o crescimento atual do País.
Ou seja, temos a possibilidade de dar um salto qualitativo perante a economia mundial, mas pecamos pela má estrutura geral, que se espalha em áreas estratégicas como Educação e Tecnologia.
Os números do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) – o maior da federação – mostram o quanto o discurso do palanque não tem refletido nas salas de aula das escolas públicas estaduais. Infelizmente, estamos abaixo da média. E as perspectivas só melhorarão, se tudo correr bem, na próxima década.
Segundo o último levantamento divulgado pela Secretaria de Educação paulista, o índice melhorou em relação aos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, que subiu de 3,86 para 3,96 em relação a 2009, com base nas notas em Língua Portuguesa e Matemática. Ambas as disciplinas são referências para o estabelecimento das notas.
O pior ocorre no 9º ano do Ensino Fundamental, onde o Idesp recuou de 2,84 no ano anterior para 2,52 em função da queda, no Saresp, das avaliações de Matemática (de 251,5 em 2009 para 243,3 em 2010) e de Língua Portuguesa (de 236,3 para 229,2 pontos).
No Ensino Médio, o recuo foi de 1,98 para 1,81 devido à diminuição em Língua Portuguesa de 274,6 pontos para 265,7 e à oscilação em Matemática de 269,4 para 269,2 pontos. Ou seja, os adolescentes e jovens que estarão no mercado de trabalho em breve sabem menos que os colegas que os antecederam nas escolas.
A Baixada Santista não foge à regra neste cenário. Entre as 113 escolas com 3º ano do Ensino Médio, 92 não atingiram a nota 2; e seis ficaram abaixo de 1. No 9º ano, das 110 escolas estaduais, 80 tiveram nota abaixo de 3. A situação só é um melhor no 5º do Ensino Fundamental, mas nada brilhante.
Como resultado, o Governo paulista pagou neste ano pouco mais da metade do desembolsado em 2010 de abonos aos professores – determinada pelo desempenho das notas dos alunos. O valor pago a 190 mil funcionários, de 3.778 escolas – 75% das 5.019 unidades estaduais – foi de R$ 340 milhões. Em 2010, foram R$ 655 milhões.
Salários não atraentes, a alta rotatividade de professores e as más condições de escolas, seja no aspecto físico como de segurança interna e no entorno, são elementos que contribuem para o quadro mostrando também que passadas quase duas décadas no governo, o PSDB paulista tem sido incompetente em lidar com um tema tão fundamental para a formação do cidadão e da sociedade.
Hoje, o governo tucano tenta compensar os prejuízos que demorarão a ser quitados. Pura incompetência de passarinho que canta muito no ninho, mas pouco faz quando voa.
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