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Opiniões

14 DE AGOSTO DE 2018

Mar de intolerância

Por: Fernando De Maria

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A cada dia nos deparamos com atos de intolerância, seja de gênero, sexo, religião e também de ideologia. O simples fato de não concordar com a opinião alheia é, muitas vezes, motivo das pessoas destilarem ódio, especialmente – mas não apenas desta forma – nas redes sociais.

Impressiona o grau de raivosidade que alguns adeptos – especialmente de candidaturas conservadoras – que tentam pregar a opinião pessoal goela abaixo dos outros.

A preocupação é ainda maior quando as palavras ganham forma e se transformam em atos violentos contra os cidadãos que pensam de maneira oposta aos dos moralistas de plantão.
Vale salientar que os atos violentos têm uma explicação biológica, que também ocorrem com outras espécies. A diferença é que somos seres racionais (apesar de alguns não aparentarem!).

O País – e o mundo – passa por graves problemas de intolerância pelos mais variados motivos, o que é ruim para todos, pois há permanente tentativa de que a opinião de um deve prevalecer em relação ao outro e para isso eu preciso gritar mais para meu desejo se destacar. Seja ao vivo ou escondido atrás de uma tela de computador ou de um smartphone.

Não dá, porém, para ficar calado contra esta onda de radicalismo extremo que vem permeando as relações humanas, a ponto de provocarem tragédias, como a da jovem advogada Tatiane Sptizner, cujas imagens de perseguição pelo marido até sua morte ganharam o mundo.

Em âmbito local, entre tantos outros casos, não podemos esquecer a tragédia que atingiu o jovem Lucas Martins de Paula, espancado na porta de um badalado bar por seguranças por não concordar com uma cobrança feita à revelia em sua comanda. Morreu após 22 dias internado. Uma vida por R$ 15, valor que o jovem havia reclamado.

Pior: além da tragédia na família do jovem – que ficará eternizada – as dos seguranças e a do dono do estabelecimento também foram atingidas. Sem esquecer as dezenas de empregos perdidos pelos funcionários da casa noturna, vítimas da estupidez dos gladiadores do século 21.

É impossível se calar também ao relatar o episódio ocorrido na última terça (7), justamente a data da promulgação da Lei Maria da Penha, quando uma jovem aluna foi agredida por dois primatas na orla da praia que desferiram-lhe um soco no olho simplesmente por não concordarem com sua opção sexual. Em solidariedade, colegas de classe denunciaram a violência em redes sociais, fato que ganhou ampla repercussão.

A lamentar, no entanto, a visão caolha de alguns que acham ser besteira discutir diferenças de gêneros nos dias atuais, pois todos ‘são iguais’. Quem age assim desconhece o mundo real, onde negros, pobres, homossexuais e aqueles que estão fora dos padrões convencionais são motivo de achincalhe, chacota e violência.

Em tempos de conservadorismo e criminalidade (são 7 assassinatos por hora no Brasil) como os atuais, devemos temer os reais riscos para que tais episódios sejam cada vez mais recorrentes. Infelizmente.

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