Já está disponível na Internet a consulta pública do edital que prevê a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos – VLT. Trata-se de uma obra que alterará profundamente a paisagem na ilha de São Vicente, onde a divisão geográfica que separa os bairros antes da linha férrea e depois da linha acabará por completo.
O projeto, que está sob consulta pública até 14 de maio, prevê investimentos, por meio da parceria pública-privada, de R$ 402 milhões, com obras, sistemas e os próprios veículos (dez ao todo). A concessão prevê um prazo de 25 anos, com o valor do contrato de R$ 4,67 bilhões no período.
Em 11 quilômetros, a linha ligará a Ponte dos Barreiros, em São Vicente, ao Porto de Santos. As avenidas Francisco Glicério e Afonso Pena serão as mais afetadas, com estreitamento das pistas, para abrigar o novo meio de transporte. As paradas ocorrerão nos cruzamentos destas avenidas com outras, como Pinheiro Machado, Conselheiro Nébias, Bernardino de Campos, Washington Luiz e Ana Costa.
No endereço eletrônico (www.emtu.sp.gov.br), é possível perceber que o projeto é moderno e bem elaborado, com explicações técnicas diversas, onde os números se destacam. Resta saber se na prática tal investimento valerá a pena e se sairá do papel.
Um projeto de tal vulto necessita de maior envolvimento por parte da comunidade. Se confirmada, esta obra vai alterar a vida das pessoas em ambas as cidades. E ainda: este montante a ser empregado vale a pena ser investido ou existem outras prioridades, como as carências existentes nos setores da saúde e na habitação da região? E como ficará o trânsito?
Mesmo sem estar confirmado, o efeito VLT já começa a fazer as primeiras vítimas. A Sociedade de Melhoramentos do Campo Grande, uma das raras entidades de bairros atuantes na Cidade, corre o risco de sair do local se o projeto for confirmado.
O presidente, Nilton José de Carvalho, teme que o futuro da sede, construída há 27 anos junto à linha férrea, esteja chegando ao fim. Cedida em forma de comodato, a proprietária do terreno, a CPTM, já conquistou na Justiça a devolução da área. Apesar das tratativas para tentar um acordo de permanência no local, Carvalho reconhece que se o VLT sair do papel não haverá alternativa.
O espaço, aliás, é estratégico e bem aproveitado, que oferece, em parceria com a prefeitura, atividades de informática, ginástica para a terceira idade e o projeto Escola Total, além de dentistas e barbeiro. Além disto, convênio com a Fupes – Fundação Pró-Esporte garante à seleção santista de bocha treinar no local, com 2.380 m2 de área construída. Não bastasse, a própria base comunitária da Polícia Militar, construída pela associação, também será removida. A falta de mobilização popular e dos deputados preocupa o presidente da sociedade.
Portanto, leitor, consulte o site, opine, participe. As sugestões e esclarecimentos podem ser enviadas para pppsimrmbs@ emtu.sp.gov.br. Antes que seja tarde.
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