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26 DE NOVEMBRO DE 2010

Quando a sociedade se envolve

Por: Fernando De Maria

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Pompeba, Perequê, Pilões, Mariana, Diana, Bugres são alguns dos nomes dados aos rios que cortam as cidades da região. A maioria, infelizmente, condenados pela ação do homem, com ocupações irregulares realizadas ao longo de décadas, muitas vezes incentivadas pelos políticos da ocasião.   A lenta e onerosa desocupação das famílias instaladas na Serra do Mar que ocorre na atualidade é uma constatação. Se as invasões tivessem sido impedidas no passado,  a história seria outra.
A ocupação em áreas de mangues e rios na região traz consequências ambientais graves que afetam a qualidade de vida de milhares de pessoas. De todas as idades.Na divisa entre Santos e São Vicente, o Rio dos Bugres é fétido, em razão da falta de saneamento nas palafitas construídas ao longo do estuário, além de detritos lançados em favelas espalhadas por São Vicente e Cubatão.
Aliás, apesar dos avanços neste sentido e das melhorias do projeto Onda Limpa, da Sabesp, a falta de saneamento básico em áreas periféricas permanece como um sério problema. O esgoto que cai das palafitas chega às praias, motivando repulsa dos seus frequentadores, que esquecem a relação entre a periferia e a orla da praia, resultado do mapa geográfico regional.
Os números estão longe dos ideais. Santos tem 97% de suas residências com esgoto tratado. São Vicente, 76% e Cubatão, a metade. Guarujá por sua vez tem 57.907 ligações de água e apenas 32.912 de esgoto – uma diferença de 57%. Bem longe do ideal.
Em razão desta realidade, 36 escolas da Baixada Santista, com 100 professores e milhares de alunos, resolveram ‘botar o pé na água’ para participar do interessante projeto Rio do Nosso Bairro – Escolas Cuidando das Águas. (www.riodonossobairro. org.br) Com incentivo da ONG Ecosurfi, crianças e jovens se envolveram nas atividades do projeto, dividido em três etapas, tendo como eixos de atuação o saneamento básico, gestão dos recursos hídricos, meio ambiente e saúde pública.
Ou seja, ao invés de ficarem reclamando, educadores, voluntários e estudantes foram in loco conhecer os problemas e traçar a atual situação dos rios da região. Os resultados serão divulgados neste sábado (27) quando acontece a I Conferência Infanto-Juvenil de Escolas Cuidando da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista no ginásio Tejereba e escola Almeida Júnior, na Enseada, em Guarujá.
Diversos eventos estão programados para discutir a questão fluvial regional. No final, será feita a Carta de Responsabilidades – Vamos Cuidar da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, a ser apresentada durante a 31ª reunião ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, em 15 de dezembro, em São Vicente.  Assim, as autoridades ouvirão a sociedade sobre este importante tema, que merece a união coletiva de esforços e a conscientização da sociedade.

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