Diariamente somos bombardeados com tantas notícias negativas: são crimes, acidentes, tragédias, casos de corrupção e escândalos.
Um clima de desânimo toma conta da massa que se depara com tais imagens do cotidiano ‘vomitadas’ pelos meios de comunicação a todo instante.
Sem contar as redes sociais.
Não bastassem as banalidades que permeiam parcela da imprensa e suas pseudovariáveis.
Assim, não dá mais para esperar a boa vontade dos governantes em resolver os problemas coletivos.
Já que a incompetência e os interesses particulares imperam nos poderes constituídos de forma geral, resta aos cidadãos de boa vontade a missão de estar à frente de ações para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a mais sofrida e indefesa, como idosos e crianças.
Um verdadeiro exército de cidadãos atua à frente de entidades, ONGs, associações religiosas e agremiações benemerentes sérias tentando suprir o hiato que o Poder Público de forma geral deixa de cobrir com eficiência e competência.
Além deste elogiável trabalho social, cresce também o número de voluntários que, de forma anônima, fazem a diferença em suas comunidades, seja atuando na simples limpeza e manutenção em sua calçada, seja na distribuição de alimentos para a população de rua.
Captação e Catação
Assim, aproveito este espaço para destacar o trabalho do médico Bruno Pompeu Marques.
Atuando como uma formiguinha, está conseguindo fazer a diferença e estimulando centenas de pessoas a colaborar para um mundo melhor.
Sem alarde e usando o whatsapp, ele criou uma rede de colaboradores com atuação no grupo Tampa Amiga.
São quase 200 pessoas somente no grupo. Sem contar a rede de voluntários na retaguarda.
O objetivo é simples: recolher tampas plásticas coloridas – cujo símbolo na embalagem é caracterizado como PP, ou seja, polipropileno.
O trabalho iniciou em março de 2018 e já ganhou uma dimensão que nem ele imaginava.
Diariamente, o grupo posta as contribuições vindas de voluntários anônimos, estabelecimentos comerciais, amigos e doadores que compõem esta rede colaborativa virtual e real.
Diariamente, são postadas imagens do material recolhido.
Quase 4 toneladas recolhidas
Já foram quase 3,7 toneladas recebidas, entre tampas e lacres das latas de alumínios.
Portanto, com o montante recolhido, o material é destinado à reciclagem (ajuda ao meio ambiente).
A venda reverte em produtos diversos. Segue a lista publicada pelo organizador e sua esposa, Dulce.
697 litros de leite integral
24 sacos de leite em pó
234 ovos
6 fardos de papel higiênico
4 kg de requeijão
3k de margarina
14 kg de farinha de trigo
13 kg de frutas
14 kg de açúcar
5 galões de desinfetante
15 kg sabão em pó
5 litros de álcool
8 kg de achocolatado Toddy
30 sacos de lixo de 100L
30 sacos de lixo de 20L
10 potes de creme de leite
16 potes de leite condensado.
Além de material de escritório e outras doações voluntárias.
Assim, neste sábado (19), haverá a primeira coleta geral que reunirá os colaboradores para aglutinar as doações.
Desta forma, a meta é ultrapassar a marca das 4 toneladas – o que não será difícil
Resultado: com o dinheiro do material vendido, duas creches em Santos são beneficiadas.
São elas: a ARS, no Chico de Paula, e Lar Veneranda, no Campo Grande.
Ao todo, 180 crianças contempladas.
Ou seja, a iniciativa tem dupla função: sacia a fome de crianças carentes e ajuda o meio ambiente.
Simples, não?
Assim, a iniciativa do médico santista é um – entre tantos outros exemplos da sociedade – de que não dá mais para esperar a burocracia pública, que impede os avanços que a população exige e merece.
Portanto, não basta apenas reclamar dos governantes.
Desta forma, basta literalmente botar a mão na massa para as coisas aconteceram.
Afinal, como já diria Geraldo Vandré, ‘quem sabe faz a hora e não espera acontecer’ .
Enfim, você já pensou nisso?