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Opiniões

15 DE JULHO DE 2011

Visões de um turista

Por: Fernando De Maria

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Os brasileiros descobriram a Argentina.  Com o peso cada vez mais em baixa em relação ao real, o fluxo tem crescido consideravelmente nos últimos anos, fazendo a festa para quem gosta de consumir. Nos hotéis, eles já representam 80% dos turistas nos finais de semana e 60% nos dias úteis. Hoje, um real (quem diria!) vale exatos $ (pesos) 2,51 no Banco de La Nacion, o Banco do Brasil deles, tornando-se um forte atrativo para fazer compras,passear e beber bons vinhos.


Antes da crise financeira que a Argentina sofreu no início da década passada, esta relação era oposta e eram os argentinos que invadiam nossas praias, inclusive na região, especialmente  as de Guarujá. A situação melhorou em relação ao passado recente e no final do ano, a atual presidente Cristina Kirchner tentará a reeleição. Aposta nos votos dos moradores do interior (tem preferência em 19 dos 23 estados).


No último domingo (10), sofreu um revés. Seu candidato à Prefeitura de Buenos Aires, Daniel Filmus, obteve 27,8% dos votos enquanto seu opositor, Mauricio Macri, que tenta a reeleição, ficou com 47,1%. No próximo dia 31 ocorre o segundo turno, que deve ratificar o candidato da oposição, antiperonista.


Mas Buenos Aires não respira apenas política. Assim como os brasileiros, o futebol é outra paixão nacional. Apesar do início tumultuado na Copa América, a seleção argentina ratificou a passagem para a segunda fase e joga neste sábado (16) contra o Uruguai. A confiança na equipe, no entanto, não parece tanta como no passado. Se passar pelo time celeste, dizem os argentinos, aí sim a seleção deslanchará para buscar o título, eventualmente, contra o Brasil.


Com características semelhantes a Santos em alguns aspectos (como a forte presença de imigrantes, especialmente espanhóis e italianos, no início do século passado), Buenos Aires também torna-se referência quando se conhece Puerto Madero, uma área portuária secular que foi reestruturada e adaptada para fins turísticos a partir do início dos anos 90, com restaurantes e marinas.


Além da área contígua ao Rio La Plata, uma extensa região do outro lado do rio foi aterrada (o que seria complexo por aqui em razão das licenças ambientais) e se tornou um um novo bairro, cujo preço do metro quadrado custa entre U$ 4 mil e US$ 6 mil, atraindo os novos ricos portenhos.


Com restaurantes e uma universidade particular ocupando os prédios de tijolos vermelhos construídos pelos ingleses, as instalações de Puerto Madero podem ser um bom exemplo de melhor utilização da potencialidade de áreas portuárias subaproveitadas, como ocorre com os armazéns 1 a 8 do cais santista. A nossa burocracia pública, porém, emperra o desenvolvimento deste projeto, que, apesar das promessas federais, ainda permanece no papel. Quem sabe, isso ocorrerá quando o peso voltar a se valorizar…

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