Especialistas analisam preparativos para as campanhas eleitorais | Boqnews
Foto: Antônio Augusto/TSE

Eleições

17 DE JUNHO DE 2022

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Especialistas analisam preparativos para as campanhas eleitorais

Apesar da campanha começar oficialmente em agosto, pré-candidatos já estão buscando a preferência do eleitor

Por: Da Redação

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Faltando pouco mais de 100 dias para as eleições, as campanhas já estão a todo vapor ainda que de forma não oficial. Afinal, de acordo com o regimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha eleitoral só pode ser iniciada no dia 16 de agosto. Contudo, de forma indireta, os pré-candidatos já estão procurando o voto do eleitor, seja pelos posts nas redes sociais ou nos discursos em eventos.

Vale destacar que neste ano, a campanha contará com um alto orçamento, já que o valor do Fundo Eleitoral é de R$ 4,9 bilhões.

O TSE divulgou na última quarta-feira (15), a partilha do Fundo Eleitoral. Os partidos que terão o maior repasse são: União Brasil – R$ 782 milhões, PT – R$ 503 milhões, MDB – R$ 363 milhões, PSD – R$ 349 milhões e PP – R$ 344 milhões.

Campanha humanizada

Para o jornalista, com ampla experiência em marketing eleitoral, Ricardo Mucci, a campanha para as eleições deste ano precisará ser mais humanizada. “Em um País tão fragilizado por conta da pandemia da covid-19 e com um grande índice de pessoas que passam fome, as campanhas precisam visar este aspecto, pois quem mais precisa do Estado é a população carente”, citou Mucci, vencedor das campanhas municipais em Santos desde a eleição do então prefeito Beto Mansur, em 1996.

Segundo o levantamento da rede Pennsan divulgado no início deste mês, 33 milhões de brasileiros passam fome todos os dias e mais da metade da população tem insegurança alimentar. Mucci avalia que falta novidade nas campanhas para a Presidência da República. “Está faltando foco. É muito debate de questão ideológica. O presidente Jair Bolsonaro (PL) continua com seu conhecido discurso e Lula (PT) procura resgatar os feitos do seu governo. Já Ciro Gomes (PDT), mesmo com um novo marqueteiro, deixa escapar seu temperamento explosivo. É praticamente o mais do mesmo.

Falta um discurso de cuidar e atender as necessidades dos brasileiros”, enfatizou.

Para o profissional, a disputa ao Governo de São Paulo segue a mesma linha, com falta de novidades.

Polarização

Uma das marcas destas eleições é a polarização, envolvendo a direita e esquerda. A situação é tão delicada que muitos familiares e amigos brigaram diante da opinião política do outro.

Questionado sobre a polarização motivar ainda mais os ataques na campanha deixando de lado as propostas, o cientista político Rafael Moreira cita que uma parte do eleitorado se cansa quando um candidato usa como estratégia apenas atacar o oponente.

“Obviamente, em algum momento, o candidato precisa atacar, mas usando as contradições do seu adversário. Se você não tem uma proposta que se mostre melhor do que aquilo que você crítica do seu opositor, essa crítica acaba sendo vazia”, frisou Rafael Moreira. Na disputa para a Presidência da República, Lula e Bolsonaro estão na frente na corrida eleitoral, conforme mostrado pelas pesquisas. Assim, a vantagem é do ex-presidente.

Com eleitores tão fiéis dos dois lados, fica difícil um candidato da terceira via conseguir ir para o segundo turno. A cientista política e professora universitária Clara Versiani cita que sobrou pouco espaço para estes candidatos.

“Nesta altura do campeonato, é pouco provável que uma terceira via consiga ser competitiva. Ninguém vai desistir da candidatura, mas estes candidatos buscam uma votação expressiva para ter uma influência no segundo turno, fazendo assim uma aliança importante”, salientou Clara.

Para ela, os debates são fundamentais para os candidatos da terceira via. Dessa forma, eles terão uma grande oportunidade de se destacar e apresentar as propostas.

Por outro lado, o advogado e comentarista político Roberto Mohamed cita que o debate do primeiro turno não é interessante para Lula nem Bolsonaro. “Você não vai gastar jogador titular em um amistoso. Então, como o primeiro turno é protocolar, eles vão deixar toda a munição para o segundo turno e não vão querer se expor”, citou.

Legislativo

Em relação as estratégias para a corrida eleitoral ao Legislativo, o cientista Rafael Moreira acredita que existem formas para o candidato atrair o voto do eleitor.

“A primeira é colar sua imagem nos candidatos à Presidência e ao Governo do Estado que estão bem nas pesquisas. Isso faz sentido. A segunda é destacar a importância do poder Legislativo dentro do esquema político e a terceira é essa união, ou seja, colar no candidato e mostrar que ele precisa de apoio no Legislativo para governar”, finalizou.

Ferramentas

Jornal impresso, rádio, televisão e internet/redes sociais. Os candidatos terão um leque variado de opções para fazer a campanha eleitoral. Naturalmente que as redes sociais serão uma peça-chave nas eleições deste ano, sobretudo na busca pelos votos dos mais jovens. O grande problema são as fakes news, que proliferam especialmente neste meio.

Clara Versiani acredita que diferentemente das eleições de 2018, hoje já é possível ver uma legislação mais desenvolvida na questão das fakes news, o que ajuda, mas não acaba com a disseminação de conteúdos falsos. A propaganda no Horário Eleitoral na televisão, é uma das formas do candidato buscar votos e informar a população sobre as propostas e projetos,

O cientista político Fernando Chagas destaca que a tendência da propaganda eleitoral na televisão neste ano é utilizar uma linguagem mais próxima das redes sociais.

“Os candidatos vão tentar atrair e prender atenção de todo tipo de eleitorado, inclusive acentuando a agressividade, característica das redes sociais, mas isso dentro de determinados limites para evitar constantemente o direito de resposta do adversário”, pontuou.

Ele ainda enfatiza que a campanha direta e contato com o povo ainda é importante. “Os eleitores querem conhecer, tocar e conversar com os candidatos, podendo até ajudar o indeciso a definir seu voto.

Entretanto, a participação dos principais candidatos nas campanhas de rua terá o poder de decisão do passado recente, porque o seu alcance é reduzido, atingindo poucas pessoas por maior que seja o comparecimento dos apoiadores.

“Na verdade, a campanha em praças públicas e palanques servirá para apresentar belas imagens na TV com a multidão”, salientou.

Para Chagas, essa campanha será perigosa e os candidatos devem ter a preocupação com a segurança, pois podem sofrer ataques.

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