O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou nesta sexta-feira (21) que apenas 22% das exportações brasileiras aos Estados Unidos ainda enfrentam sobretaxas.
A declaração ocorreu um dia após os EUA retirarem 238 produtos do “tarifaço”. Alckmin afirmou que a medida representa o maior avanço nas negociações bilaterais até agora.
“Reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, disse Alckmin. “Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções.”
Decisão norte-americana
A decisão norte-americana revoga a tarifa extra de 40% sobre itens agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção vale retroativamente a 13 de novembro e permite reembolso de produtos já exportados.
Segundo o MDIC, entre os US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:
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US$ 8,9 bilhões ainda enfrentam tarifas de até 40%;
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US$ 6,2 bilhões seguem sujeitos à tarifa de 10%;
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US$ 14,3 bilhões estão livres de sobretaxas;
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US$ 10,9 bilhões permanecem sob tarifas da Seção 232, sobre siderurgia e alumínio.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, destacou que a parcela livre de tarifas aumentou 42% desde o início da crise. Ela alertou que o setor industrial continua mais impactado, com produtos de maior valor agregado enfrentando dificuldades para novos mercados. Aeronaves da Embraer ainda pagam tarifa de 10%.
Alckmin afirmou que a decisão dos EUA reflete o diálogo entre Trump e Lula, durante encontro na Malásia, em outubro. Em 4 de novembro, o Brasil enviou proposta de acordo comercial aos EUA.
O governo brasileiro busca ampliar exceções e negocia temas tarifários e não tarifários, como terras raras, big techs, energia renovável e serviços de data center.
Apesar do alívio para itens agrícolas, produtos industriais continuam no foco do governo. Alckmin reforçou que seguirá trabalhando para reduzir barreiras. “O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou.
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