A Polícia Civil paulista descobriu uma fábrica clandestina em São Bernardo do Campo, na Grande ABC, que estaria falsificando bebidas alcoólicas com uso do metanol.
Peritos detectaram a presença do produto em várias garrafas.
Das 300 garrafas encontradas, praticamente a metade continha percentuais de metanol que variavam de 14,6% a 45,1% do uso do produto letal.
Houve caso de recipientes com 100% de metanol, sem álcool etílico.
Ao todo, oito suspeitos foram encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.
Portanto, até o momento, são 23 casos de intoxicação, com cinco mortes apenas no Estado de São Paulo.
Ainda não se sabe se a situação em São Paulo tem relação com outros casos espalhados pelo Brasil.
A maior parte dos produtos falsificados estava em garrafas de vodca.
Portanto, garrafas, bebidas, aparelhos celulares e outros itens foram apreendidos na ação e encaminhados à perícia.
Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, afirmou que com a apreensão dos suspeitos, as ações miram agora os postos de combustíveis.
Origem em posto
“Hoje, foi a maior resposta que tivemos até aqui, do trabalho de investigação da Polícia Civil que descobriu essa fábrica clandestina de adulteração de bebidas, inclusive a relação dela com essa outra distribuidora”, afirmou.
“O próximo passo são os postos de combustíveis, ou o posto onde foi adquirido esse etanol contaminado”, reiterou.
Aliás, a questão é que a quadrilha buscava o etanol em um posto de combustíveis (detalhes não foram informados).
Porém, neste posto, o etanol estava misturado com metanol.
Assim, o produto teria sido usado, de forma indireta, para a adulteração das bebidas.
Por sua vez, o próprio secretário reconhece que os integrantes da fábrica clandestina informaram que desconheciam que estavam usando o metanol ao misturar o etanol com as bebidas falsas.
“Essa concentração 36%, passando 40% de metanol nas análises, é um número muito grande. Nossa suspeita é que esses casos que geraram lesões gravíssimas e mortes, que eles tenham adquirido metanol do mesmo posto de combustível”, relata.
“Se isso for confirmado, nos leva a ter um caminho. Infelizmente, a adulteração acontece há décadas, mas nessa concentração é muito alta”, alerta.

Vasilhames usados pela quadrilha para falsificar bebidas. As vodkas eram as preferidas para falsificação. Foto: Polícia Civil/Divulgação
Como surgiu
Em depoimento, o dono de um bar em São Bernardo confessou a compra das garrafas de uma distribuidora não autorizada.
Assim, os agentes chegaram até o local após investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação.
Dessa forma, o homem passou mal em 12 de setembro e morreu quatro dias depois.
De acordo com a polícia, a fábrica clandesetina utilizava etanol de posto de combustíveis na fabricação irregular das bebidas.
Assim, o etanol, por sua vez, estaria misturado a metanol, substância altamente tóxica e proibida para consumo humano.
Dessa forma, a Polícia Civil segue com as investigações para apurar o envolvimento dos suspeitos e a origem dos produtos apreendidos.
Confira a coletiva
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