A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar em 50% as tarifas sobre produtos brasileiros exportados para o país acende um alerta em toda a cadeia produtiva nacional — especialmente em São Paulo e na Baixada Santista, onde está localizado o Porto de Santos, o maior da América do Sul.
Sendo assim, a medida entra em vigor a partir da próxima quinta-feira (1º de agosto) e pode comprometer diversos setores, como o de suco de laranja.
Impactos
De acordo com a Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR), a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras de suco de laranja para os Estados Unidos, pode gerar impacto anual de até US$ 792 milhões — o equivalente a R$ 4,3 bilhões. O valor representa um aumento de cerca de 456% em relação aos impostos pagos na safra 2024/25. Portanto, que somaram US$ 142,4 milhões, segundo a CitrusBR, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O cálculo considera o desempenho da safra encerrada em 30 de junho e inclui as tarifas de acesso ao mercado americano. Em termos globais, com todas as tarifas cobradas pelos diferentes mercados, o total de tributos pagos pelo setor deve saltar de US$ 393,6 milhões para US$ 1,3 bilhão, somando os principais destinos de exportação — Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Japão e China — além de Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia.
Exportações
Na safra 2024/25, os Estados Unidos foram o segundo principal destino do suco brasileiro, com 41,7% de participação, atrás apenas da Europa. Foram exportadas 307.673 toneladas, o equivalente a cerca de 85 milhões de caixas de 40,8 quilos, com receita total de US$ 1,31 bilhão.
Hoje, o Brasil paga uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para exportar aos EUA. Com base nos volumes da última safra, esse custo somou US$ 142,4 milhões. A estimativa de impacto de US$ 792 milhões considera a aplicação acumulada da nova tarifa de 50% com a alíquota adicional de 10%, anunciada em abril.
Mesmo que a nova tarifa substitua — e não se some — à anterior de 10%, o impacto ainda seria significativo. Desse modo, com aumento estimado em US$ 635 milhões por safra, alta de 345,8% em relação ao cenário atual. Não há, no curto prazo, mercados com capacidade de absorver esse volume adicional, o que pode colocar o setor em posição delicada.
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