Vacina contra chikungunya mantém anticorpos após 1 ano de aplicação | Boqnews
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Saúde

27 DE JANEIRO DE 2025

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Vacina contra chikungunya mantém anticorpos após 1 ano de aplicação

Ensaio clínico foi feito pelo Butantan com 750 adolescentes

Por: Elaine Patricia Cruz
Agência Brasil

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A vacina contra a chikungunya produzida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica franco-austríaca Valneva mantém a produção de anticorpos em 98,3% dos adolescentes imunizados após um ano de aplicação, segundo o resultado de um ensaio clínico de Fase 3 realizado pelo instituto com 750 adolescentes de 12 a 17 anos de idade que vivem em áreas endêmicas do país.

Em setembro do ano passado, a revista científica The Lancet Infectious Diseases divulgou os primeiros resultados do estudo realizado com adolescentes, revelando que, 6 meses após a vacinação, 99,1% dos voluntários do estudo ainda mantinham proteção contra a doença.

O estudo vem sendo realizado no Brasil desde 2022, e inclui jovens que vivem em regiões endêmicas ou de grande circulação do vírus tais como São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Laranjeiras (SE), Recife, Manaus, Campo Grande (MS) e Boa Vista.

Antes, nos Estados Unidos, pesquisadores já haviam realizado ensaios técnicos de Fase 3 com cerca de 4 mil voluntários entre 18 e 65 anos, os quais demonstraram uma imunogenicidade de 98,9%, sustentada por pelo menos 6 meses.

Esse resultado levou à aprovação da utilização da vacina para pessoas acima dos 18 anos de idade nos Estados Unidos, pela Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, pela European Medicines Agency (EMA).

Ademais, esse resultado obtido com voluntários adultos levou a Valneva e o Butantan a solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para aplicar a vacina de forma definitiva no país.

Estudos

Para que uma vacina seja aplicada na população, ela inicialmente passa por uma fase de estudos em laboratório, segue para uma fase pré-clínica de testes em animais e, em seguida, por uma fase clínica de testes em voluntários humanos, dividida em três fases que avaliam a produção de anticorpos, a segurança e a eficácia do imunizante.

Até o momento, tanto o estudo brasileiro como o norte-americano atestaram que a vacina contra a chikungunya é segura e bem tolerada entre adolescentes e adultos. Nenhum problema de segurança teve detecção pelo comitê independente e a maioria das reações adversas foi leve e moderada, informou o Instituto Butantan.

Depois das conclusões dos testes, a vacina ainda precisa de aprovação de um órgão regulador. Portanto, no caso brasileiro, da Anvisa. Ademais, só depois de análise e autorização da agência reguladora é que uma vacina pode ter a utilização pela população brasileira.

Doença

A chikungunya é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite dengue e Zika, que provoca uma dor crônica nas articulações. Os sintomas mais comuns são febre alta, dores nas articulações, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas no corpo. Em casos graves, os pacientes podem desenvolver dor crônica nas articulações que podem durar anos.

Além disso, a principal forma de prevenção é o combate ao mosquito, eliminando criadouros em água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e piscinas sem uso. É na água parada que o mosquito deposita seus ovos.

Contudo, só nos primeiros dias deste ano, o Brasil já registrou três mortes por chikungunya, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgado pelo Ministério da Saúde. No ano passado tiveram 214 óbitos provocados pela doença.

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