Maia, aliás, desdenhou as assinaturas alegando que o fato da proposta basear-se em tópicos defendidos pelo MP e apoiados por milhões de brasileiros conforme as assinaturas “não significa que o Congresso vai assinar embaixo”. Ora, o parlamentar esquece que os eleitores que desejavam estas mudanças são os mesmos que elegeram os representantes na Câmara Federal. Nesta hora o voto é um mero detalhe.
Mesmo diante de tanta comoção nacional em razão da tragédia que atingiu 71 passageiros algumas horas antes, incluindo os atletas e comissão técnica, além de diretores da Chapecoense, jornalistas e demais profissionais que estavam no voo fatídico na Colômbia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, colocou a votação em discussão e na calada da madrugada aprovou profundas mudanças nas 10 propostas de combate à corrupção elaboradas pelo Ministério Público, com base em 2,4 milhões de assinaturas populares.
Da região, Beto Mansur – PRB foi favorável à grande maioria das mudanças que dizimaram as propostas do Ministério Público. Diante da saraivada de críticas, ele, um habitual frequentador das redes sociais com vídeos e depoimentos, desapareceu do mapa.
João Paulo Papa, do PSDB, praticamente votou em todos os pontos defendidos pelo Ministério Público, enquanto Marcelo Squassoni estava em viagem oficial aos Estados Unidos bancada, porém, por conta própria, segundo sua assessoria. Algo, no mínimo, estranho, pois viagens oficiais são bancadas pelo próprio Congresso.
Por isso, internauta, é bom ficar atento ao rolo compressor que o Senado pode executar e passar uma pá de cal no já combalido projeto.
Como diria o procurador da República e um dos principais envolvidos na Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol, “Foi o mais duro golpe do Parlamento contra o combate à corrupção e à Lava Jato desde o seu início”.