Brasil reciclou quase 300 mil toneladas de latas de alumínio | Boqnews
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Meio Ambiente

05 DE DEZEMBRO DE 2018

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Brasil reciclou quase 300 mil toneladas de latas de alumínio

Balanço do setor foi divulgado pela indústria durante o lançamento da Frente Parlamentar pela Criação de Estímulos Econômicos para a Preservação Ambiental 

Por: Da Redação

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Dados divulgados nesta quarta-feira (5) pela indústria do alumínio  confirmam os bons resultados do setor no campo da sustentabilidade.

Quase todas as latas de alumínio para bebidas vendidas em 2017 retornaram para o ciclo produtivo, alcançando um índice de 97,3% de reciclagem.

Das 303,9 mil toneladas de latas de alumínio para bebidas colocadas no mercado em 2017, 295,8 mil toneladas foram recolhidas e recicladas.

Desde 2004, o índice se mantém acima dos 90%, colocando o país entre os líderes mundiais da reciclagem dessa embalagem.

Os números foram anunciados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) e pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal), durante o lançamento, em Brasília (DF), da Frente Parlamentar visando à criação de estímulos econômicos para a preservação do meio ambiente.

Para Renault Castro, presidente executivo da Abralatas, o elevado índice de reciclagem da lata deixa clara a necessidade de um debate como o que será traçado pela Frente Parlamentar.

“Hoje, o reaproveitamento do mesmo material já tributado nem é considerado como atenuante para a carga tributária. O consumidor paga imposto sobre o mesmo produto várias vezes, já que a latinha mantém índice de reciclagem próximo a 100% há mais de 10 anos”, esclarece.

Prioridades

Renault acha que o tema ganha impulso com a criação da Frente.

“O principal objetivo da utilização de instrumentos tributários deve ser o de fazer com que os preços de mercado dos diversos bens e serviços reflitam seus custos sociais e ambientais, além dos custos materiais, de produção e de comercialização, sem elevação de impostos”.

O presidente executivo da Abal, Milton Rego, lembra que, mesmo diante das adversidades, o setor não deixa de investir.

Ele destacou que, apesar da forte retração econômica que o país sofre desde 2015, a reciclagem de alumínio está em plena expansão no Brasil.

“As duas maiores empresas do segmento, a Novelis e o Grupo ReciclaBR, nossas associadas, acabam de anunciar planos importantes para o ano que vem. O Grupo ReciclaBR vai inaugurar novos centros de coleta no país e uma planta de fundição em Minas Gerais. Já a Novelis, investirá R$ 650 milhões em sua fábrica em Pindamonhangaba (SP). Movimentos assim é que garantem a liderança mundial do Brasil no índice de reciclagem de latas”, conclui o executivo.

Para Mário Fernandez, Coordenador do Comitê de Reciclagem da ABAL e CEO do Grupo Recicla BR, o índice de reciclagem de latas de alumínio mostra com otimismo como a cadeia da lata do alumínio está inserida na Economia Circular.

“E no que depender do Grupo ReciclaBR, iremos contribuir para a manutenção do alto índice de reciclagem, pois temos sólidos investimentos planejados”, completa.

 

Vantagens ambientais

O índice elevado revela não só a eficiência do processo de reciclagem dessas embalagens no país, mas também evidencia os benefícios dessa prática sustentável.

Estudos mostram que o processo consome apenas 5% da energia que seria utilizada na produção da mesma quantidade de alumínio primário.

A Análise de Ciclo de Vida da lata aponta também que a reciclagem reduz em 95% a emissão de gases de efeito estufa.

Além disso, outra vantagem ambiental da reciclagem, destacaram os representantes da Abralatas e da Abal, é relacionada ao impacto evitado com a extração da bauxita, mineral que dá origem ao alumínio industrial.

Cada quilo de latinha reciclada representa uma economia de cinco quilos de bauxita, que deixa de ser extraída para a produção de alumínio primário.

Na área social, a atividade reflete na geração de emprego e renda para os catadores de materiais recicláveis, além de estimular maior consciência da sociedade sobre a importância da reciclagem e da conservação dos recursos naturais.

Assim, somente na etapa da coleta da latinha, R$ 1,2 bilhão foram injetados diretamente na economia brasileira em 2017.

O montante corresponde a 1,2 milhão de salários mínimos ou a remuneração de 1 salário mínimo por mês para a população de uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, como Araxá (MG) ou Assis (SP) ou Paulínia (SP).

 

Estímulos Econômicos

Assim, O anúncio do índice de reciclagem ocorre em um momento importante para o setor. Os números foram divulgados no mesmo dia em que um grupo multipartidário de parlamentares da Câmara dos Deputados anunciou a criação de um foro específico para debater estímulos atrelados a práticas sustentáveis, a chamada Tributação Verde.

Dessa forma, a partir de 2019, a Frente Parlamentar pela Criação de Estímulos Econômicos para a Preservação Ambiental, irá debater na Câmara dos Deputados questões importantes para a adaptação do país a um modelo mais justo, que privilegie uma economia circular e garanta recursos para as próximas gerações.

A criação dessa Frente foi motivada por uma iniciativa da Abralatas, que reuniu o apoio de 26 entidades, incluindo a Abal, a um manifesto lançado em julho deste ano, que defende a regulamentação de dispositivos constitucionais sobre defesa e preservação ambiental, mediante estímulos econômicos diferenciados, de acordo com o impacto ambiental das cadeias produtivas dos diversos bens e serviços, incluindo aperfeiçoamentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Portanto, para a Abralatas e a Abal, o momento atual, em que se discutem reformas estruturais indispensáveis para o Brasil, é oportuno para buscar formas de utilizar a política tributária brasileira com a finalidade de conduzir o país rumo a uma economia de baixo carbono.

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