Os seguidos escândalos provocados por denúncias relacionadas à Operação Lava-Jato e seus tentáculos atingindo praticamente todos os partidos aliado ao descalabro e erros econômicos dos últimos anos e as denúncias de corrupção que atingem a alta cúpula do governo Temer – inclusive o próprio – conseguiram afetar diretamente o ânimo da população para uma data tão marcante como o Natal.
O desemprego em alta, aliado à recessão, falta de crédito, taxas de juros astronômicos e o enxugamento da circulação de recursos atingiu o bom humor do brasileiro, que anda desanimado. As luzes natalinas, um dos ícones desta data tão festiva, simplesmente sumiram dos edifícios e áreas públicas. Na orla santista, principal cartão postal, as parcas luzes nem lembram a data, situação acompanhada por boa parte dos prédios que optaram em limitar sua decoração natalina – ou simplesmente a ignoraram.
Por sua vez, é possível ver outras edificações que mantêm a chama acesa. Um belo exemplo ocorre na Igreja Coração de Maria, onde o espírito e as luzes de Natal brilham mais forte.
A questão da iluminação apenas serve para ilustrar o grau de desânimo que atinge as pessoas, graças aos maus políticos que, com sua ganância, desejo de poder e superioridade, apagaram uma das principais características dos brasileiros: a alegria.
Infelizmente, 2016 é um ano que precisa ser esquecido. A população agora percebe que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não foi o suficiente para uma mudança radical na política e na economia. No início, até que os investidores ficaram animados, mas a cada semana novos escândalos envolvendo o atual governo desvendaram as velhas raposas de Brasília.
E isso não se limita ao Executivo, mas também ao escárnio que determinados senadores e deputados fazem com o dinheiro público, algo não tão distante aos feudos e egos do Judiciário, onde alguns dos seus membros gostam tanto de holofotes que ao abrir a geladeira já começam a palpitar.
Se a situação federal é crítica, quiçá nos Estados e municípios. Moradores do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul sentem na pele o estado falimentar que seus governantes deixaram. No Rio, aliás, o ex-governador Sérgio Cabral é o exemplo cabal do político corrupto. Quem diria que por trás daquela imagem de bom moço escondia uma velha e gulosa raposa…
Por fim, os municípios são os que mais sentem os reflexos desta tragédia. Afinal, são neles onde as pessoas vivem. Segundo pesquisa realizada em 4.376 cidades (80% do total no País) pela CNM – Confederação Nacional de Municípios, 47,3% dos prefeitos deixarão restos a pagar para seus sucessores. O que, em alguns casos, significa o mesmo representante, que foi reeleito. Ou seja, a reeleição foi o bônus e a dívida, o ônus.
Assim, com este cenário, o desânimo até se justifica. Cabe-nos enxovalhar os maus políticos, pois eles não têm o direito de tirar este sentimento das pessoas. Afinal, Natal é momento de alegria e reflexão. Está na hora das pessoas reverem seus atos. Darem uma chance a si e defenestrarem os maus políticos antes que eles exterminem até o sentimento natalino.
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