A pesquisa Enfoque/Boqnews publicada nesta edição reforça a considerável popularidade que o prefeito João Paulo Tavares Papa encerra seu mandato. Apesar de não ter feito o seu sucessor e sua administração ter sofrido o desgaste natural em razão das críticas durante a campanha eleitoral, ele termina seus oito anos de governo com uma popularidade considerável, ainda mais quando se leva em consideração os conceitos positivos ótimo e bom, que somados, chegam a 44,4%.
Um feito que seus dois antecessores, David Capistrano e Beto Mansur, não conseguiram após o término dos seus mandatos, conforme pesquisas da Enfoque/Boqnews. O índice de aprovação o habilita a alçar novos voos políticos, caso assim deseje, incluindo ao fato de pensar na possibilidade de retornar ao Palácio José Bonifácio.
Um fato chama a atenção. Em 2004, Saúde e a Geração de Empregos deveriam ser prioridades do futuro governo Papa. Após oito anos, parte da meta foi atingida. Naquela ocasião, o desemprego em Santos atingia 12,2% da população economicamente ativa, segundo o Nese/Unisanta. Hoje, conforme levantamento de setembro passado, o índice chega a 5,54%.
O resultado decorre do aquecimento da economia, mas também de investimentos no porto, e de iniciativas para atrair empresas para a Cidade, na onda do pré-sal, mas também na área de call centers.
A Saúde continua sendo o calcanhar-de-Aquiles de qualquer mandatário. Pelos números da pesquisa, a área ainda é a que demanda maior atenção. Na visão dos santistas, os investimentos feitos não foram suficientes para enfrentar os problemas. Pela pesquisa, o item obteve 42,5% das citações como área onde a atual administração não conseguiu suprir as necessidades da população. A pesquisa, no entanto, não leva em consideração se o entrevistado utiliza ou não o sistema municipal de saúde.
Um fato concreto é a disparidade de investimentos e estrutura no setor existente entre os nove municípios da Baixada Santista. Santos paga o preço por se destacar neste cenário. Porém, o crescimento populacional da região não tem se refletido no aumento no total de leitos hospitalares, incluindo as UTIs – onde ocorrem os gargalos dos problemas.
De forma paralela, há um crescimento no volume de usuários de planos de saúde, público mais atraente à rede hospitalar. Assim, o crescimento da demanda e o aumento da expectativa de vida limitam o atendimento à população mais carente. Um desafio que não é isolado e que precisa de uma atuação coletiva dos eleitos que tomam posse a partir da virada do calendário.
PS.: A todos os meus fiéis leitores, votos de um Natal especial e que a simbologia da data se reflita em nossas ações cotidianas.
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