O primeiro ano do segundo mandato do prefeito Rogério Santos encerrou com avaliação positiva e indicadores bem semelhantes aos resultados das eleições municipais de outubro de 2024, quando Santos voltou a ter segundo turno após 20 anos.
Ou seja, os números apresentados na pesquisa Enfoque/Comunicação são bem semelhantes aos resultados das urnas. Pelo levantamento, realizado com 812 santistas distribuídos nas três zonas eleitorais de forma proporcional pelos critérios do Tribunal Superior Eleitoral, o governo tem aprovação de 53,3% dos eleitores santistas contra 18,5% de desaprovação.
Outros 22,7% se consideram indiferentes em relação à aprovação ou não da administração municipal. Outros 5,5% não souberam informar.
Os números, portanto, se assemelham aos registrados nas urnas em 2024. A eleição foi decidida em dois turnos. Aliás, em uma votação bem apertada no primeiro. Na ocasião, o prefeito Rogério Santos (Republicanos) venceu a deputada federal e candidata do PL, Rosana Valle, por 1.499 votos.
Santos obteve 101.498 (43,29%) dos sufrágios válidos contra 99.999 (42,65%) da parlamentar. A fiel da balança para a campanha ir para o segundo turno foi a ex-prefeita e ex-deputada Telma de Souza (PT), que obteve 31.423 votos (13,4%). Na ocasião, votaram 234.485 pessoas.
Segundo turno
Já no segundo turno, com a disputa entre os dois mais votados, Rogério Santos venceu com folga bem maior, atingindo 118.562 sufrágios (53,37%) contra 103.592 (46,63%) de Rosana Valle.
A ampliação da diferença em quase 10 vezes (de 1.499 votos no primeiro turno para 14.970 no segundo) deve-se aos eleitores de Telma de Souza presentes nas urnas que optaram, em sua maioria, pela reeleição do prefeito.
Porém, destaque ao elevado número de ausentes no segundo turno. Se 234,485 santistas compareceram às urnas no primeiro turno, no segundo foram 222.154 – redução de 5,5% no eleitorado.
Uma forma de protesto de eleitores considerados de esquerda/progressistas em relação aos dois candidatos, ambos de partidos do espectro político da direita (Republicanos e PL, respectivamente).
Perfil
Os eleitores da ZE 272 são os mais objetivos em relação à aprovação ou não da Administração. Pelo menos 57% deles aprovam o governo contra 19,1% que o desaprovam. Esta foi a única zona eleitoral onde Santos perdeu. Já os eleitores da 118ª se classificam como os mais indiferentes ao tema (26,2%). É nesta zona onde o prefeito encontra o menor índice de desaprovação (16,2%).
Já na 273ª, a aprovação chega a 52,3% contra 20,1% de desaprovação. Chama a atenção a indiferença por parte do eleitorado desta região da Cidade: 23,7%.
Avaliação do governo
Isso se reflete, por exemplo, na avaliação do governo, considerado regular para 37,8%. Na soma dos itens ótimo e bom, chega-se a 43,4%, enquanto ruim e péssimo, 13,4%. Ou seja, a avaliação dos santistas ao primeiro ano do segundo mandato do prefeito é positiva, com indicadores refletindo ainda os impactos das eleições de 2024.
O próprio prefeito Rogério Santos, durante participação no Jornal Enfoque em dezembro, reconhece que merece uma nota 7,0 neste primeiro ano de governo.
“Tudo aquilo que a gente se propôs, a gente entregou. Então, podia dar uma nota maior, mas eu sou exigente e eu sei que não tem cidade pronta. Então, como todo bom santista, eu sou muito exigente, dando nota 7,0 para mim. É porque eu gostaria de ter feito mais, embora o esforço e o planejamento foram 100%. Mas sempre queremos mais. Existem coisas que a gente consegue resolver como prefeito e outras que não”, explica.
Ele ressalta que se a sua nota pessoal foi 7,0, a da sua administração como um todo merece nota maior: 8,0. “Valorizando os funcionários públicos da prefeitura de Santos”, destacou. Para quem assistir ao programa na íntegra, ele está disponível no you tube e demais redes sociais do Boqnews.
A média 7,0, aliás, é bem próxima a qual os eleitores deram ao prefeito, com 71,5% dos entrevistados atribuindo nota superior a 5,0 contra 14,2% abaixo de 5,0. Na média ponderada, chega-se a 6,3.
Prós e contras
Dentro deste contexto, os itens que recebem mais elogios por parte da população são a Coleta de Lixo (13,6%), Saúde (12,9%), Cultura (12,4%), Turismo & Lazer (11,4%) e Educação (8,7%).
Por sua vez, as maiores críticas incidem, em especial, quanto aos moradores de rua. Eles respondem por 1/3 de todas as críticas (33,6%), seguido pela área de Segurança (17%) e Saúde, com 11,8%, seguido por Educação (6,1%) e Zeladoria (5%).
Propostas
Em entrevista ao Jornal Enfoque, o prefeito destacou dois projetos que serão colocados em prática cujas propostas encontram-se na Câmara para votação em 2026.
Trata-se do Casa Santista, destinada a movimentos de moradia e para funcionários públicos, “Além de ajudar na aquisição da casa própria, queremos revitalizar o Centro”, destacou.
Ou seja, a proposta prevê garantia de subsídio municipal para que as pessoas, com base em critérios sociais, possam adquirir o imóvel próprio na região central da Cidade.
Portanto, destina-se a quem tem renda para pagar aluguel – como a faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida – sendo que a prefeitura ajudará com subsídio para a entrada na aquisição do imóvel em seis bairros da área central da Cidade, cujos critérios serão definidos posteriormente.
Outra proposta a ser votada pela Câmara é o Housing First, voltado para pessoas do projeto Fênix que hoje vivem em abrigos e querem voltar a morar com a família e ter sua própria residência, experiência internacional que acabou sendo alvo de críticas durante a campanha eleitoral. “Criaram uma ideologia errada”, lamenta.
Santos, 480 anos
O prefeito também enumerou entregas para os 480 anos de Santos, comemorados no dia 26 de janeiro. Entre elas, o novo Mercado Municipal, as escolas Edson Arantes do Nascimento (Gonzaga) e Irmã Maria Dolores (Paquetá), 574 unidades do conjunto habitacional do Prainha, além das primeiras 60 moradias do Parque Palafitas, no bairro recém-criado Vila Gilda. Além dos shows de Alexandre Pires (25) e Alceu Valença (26), gratuitos na praia do Gonzaga.
Como foi feita a pesquisa
A pesquisa foi realizada com 812 santistas, acima de 16 anos (com título eleitoral), distribuídos pelas três zonas eleitorais, faixas etárias, renda familiar e gênero.
Programa Jornal Enfoque
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