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Opiniões

13 DE NOVEMBRO DE 2013

Cidade vertical

Por: Fernando De Maria

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São tantas edificações que a Cidade  ostenta mais um título: é a mais verticalizada do País. Pelo menos dois em cada três domicílios ocupados permanentemente na Cidade estão em apartamentos. O número seria maior se fosse levados  em consideração os imóveis vazios.
Como resultado desta verticalização crescente, alguns bairros santistas conseguem concentrar mais gente por quilômetro quadrado  que o Principado de Mônaco, cidade estado soberano, situada no sul da França, sendo maior apenas que o Vaticano.
Para se ter ideia, Mônaco apresenta a maior densidade demográfica (relação habitante por km2) do mundo: 16.621 hab/km2. Em Santos, 11 bairros superam esta marca. O recorde está com o Campo Grande, com 27.472 moradores/km2. Também superam o índice  os bairros da Aparecida, Boqueirão, Jardim Castelo, Embaré, Encruzilhada, Marapé, Pompéia, Jardim Rádio Clube, Saboó e Vila Progresso. É muita gente morando no mesmo espaço.
Para os mais desavisados, o índice de ocupação de Santos é baixo: 1.494,26 habitantes/km2. No entanto, há uma discrepância ocupacional enorme. Dos 280,67 km2, 99,32% dos santistas residem na parte insular, ocupando 39,4 km2 de área, onde a densidade demográfica chega a 10.572,26 hab/km2, enquanto na parte continental a densidade demográfica é de apenas 11,83 habitantes/km2. 
As informações estão contempladas no estudo denominado Diagnóstico Consolidado, recém-lançado pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Santos para ajudar na discussão das mudanças previstas no novo Plano Diretor do Município. Os números, portanto, reforçam algo  comum às pessoas. Vivemos em uma ilha cercada de prédios onde o céu – ao que parece – não é  o limite. O impacto – como a elevação das temperaturas nos bairros mais distantes da orla- é cada vez maior. O levantamento, disponível no site da prefeitura, revela algumas curiosidades, com base em informações retiradas de órgãos oficiais como IBGE, Sabesp e Fundação Seade.
Temos, por exemplo, uma média maior que a estadual  de um morador por residência (17,4% dos santistas moram sozinhos, contra 12,3% no Estado). O ritmo de crescimento do mercado imobiliário, alimentado pelos benefícios oferecidos pelo Governo Federal para financiamentos, a estabilidade econômica e o boom do pré-sal ajudaram no lançamento de 291 empreendimentos entre 2006 até hoje. O período responde por 83,61% de todas as unidades lançadas nas últimas duas décadas. Em unidades de escritórios comerciais e de serviços, o índice chega a 91,93%.
Dos 291 empreendimentos lançados, 180  (62%) estão na Zona da Orla, 71 (24%) na Zona Intermediária e os outros 14% na região central, morros e Zona Noroeste. A região da orla já dá sinais evidentes de saturação. Mas, outros 47  lançamentos aguardam aprovação da Prefeitura, sendo 20 apenas nos bairros da orla. Ou seja, os novos lançamentos – ainda no papel – se concentram onde já existem mais prédios, aumentando ainda mais a muralha de edificações.

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